
Se há uma década a presen?a chinesa em Portugal quase se reduzia à restaura??o e às “l(fā)ojas dos chineses”, como s?o conhecidas no país europeu as superfícies comerciais que fazem a venda de vários produtos de usos diversos (utensílios para o lar, roupas, entre outros produtos de uso quotidiano) importados do gigante asiático, hoje em dia o panorama é totalmente diferente.
A Fosun, a China Three Gorges e os vistos dourados s?o apenas algumas das palavras-chave associadas ao rugido de um drag?o que acordou para dizer “presente” no cenário mundial.
Os carateres chineses integram o cenário citadino da capital dos descobrimentos, a sua popula??o celebra junto com a comunidade chinesa o Ano Novo Chinês, os hotéis cada vez recebem mais reservas de visitantes vindos dos mares da China. N?o se pense, contudo, que apenas o fado de alfama e o pastel de belém recebem os créditos da globaliza??o! Se as francesinhas e o vinho do Porto da cidade invicta, potenciados pelos inúmeros prémios de turismo e pelo grande Douro, que em nada deve ao seu irm?o do sul, têm feito as delícias dos chineses curiosos que descobrem esta gema da Península Ibérica, por seu turno, também agradam aos hospitaleiros “tripeiros” que os recebem, como a todos os turistas, de bra?os abertos.
E sim, Portugal tem todos os motivos para ser uma das escolhas dos turistas sínicos. Segundo a Publituris, o mercado chinês cresceu 73% no setor das compras em 2015. O balan?o terá sido efetuado pela empresa Global Blue, que concluiu também que os chineses foram os turistas que mais gastaram dinheiro em compras em terras lusas no ano passado, com uma média de gastos de 641€.
A nível de volume total, Angola lidera ainda a tabela com uma fatia de 43%. Porém os gastos destes turistas ficam-se pelo terceiro lugar. No ranking constam também países como o Brasil, EUA e Mo?ambique.
A Publituris cita ainda Renato Lira Leite, diretor-geral para Portugal da Global Blue que tece algumas considera??es relativamente ao facto de Portugal estar ainda num processo de adapta??o do seu motor turístico. O paradigma come?a lentamente a desvincular-se daqueles que foram exclusivamente os mercados turísticos de interesse do país durante vários anos (nomeadamente os países anglo-saxónicos), come?ando a preparar as infraestruturas para o mercado asiático e, incontornavelmente, para a China.
Lira Leite faz ainda um ponto de compara??o com Espanha, que descreve como modelo a seguir, dado que o país vizinho tem já preparada uma cadeia logística focada em receber o consumidor chinês.
Alguns procedimentos alfandegários e de reembolso do IVA s?o, segundo o entrevistado, medidas a tomar a curto prazo para tornar Portugal num país cada vez mais aprazível para os seus visitantes.
Edi??o: Mauro Marques
Fonte: Publituris