“Alegria cívica” foram as palavras que Michel Temer, o novo presidente do Brasil, usou para descrever o seu estado de espírito nesta desloca??o à China, onde, entre vários eventos, participará da Cúpula do G20.
No que diz respeito à cúpula, Temer disse ter expectativas elevadas para o evento, tendo em conta que este abordará várias quest?es pertinentes para o contexto brasileiro: "Em primeiro lugar, nós participamos de um grupo de países muito significativos no concerto mundial, e em segundo lugar, a temática a ser utilizada, que é a inova??o e as quest?es climáticas, s?o quest?es que também preocupam muito o nosso país", explicou.
Segundo Temer, a cúpula é favorável ao intercambio e aprendizagem mútua entre todos os membros: “Hoje, o Brasil tem uma grande preocupa??o com a inova??o tecnológica e, é claro, estas rela??es com os países muito avan?ados tecnologicamente servir?o muito de exemplo para o nosso país. O intercambio que se faz depois entre as nossas diplomacias leva exatamente à consecu??o desses planos de inova??o tecnológica.”
A cúpula de Hangzhou tem a maior representatividade dos países em desenvolvimento na história do G20. “Naturalmente, os países em desenvolvimento também querem participar da cúpula do G20, e uma maior participa??o desses países pode elevar a coes?o do G20, sendo favorável ao desenvolvimento comum”, assinalou Temer.
“Acho que há uma integra??o – uma intera??o – muito grande entre os países hoje do G20 – basta dizer que no interior do G20 est?o os BRICS… Isso tem uma significa??o n?o só comercial entre esses países como também de relevo para a paz mundial”, frisou.
Em meio à incerteza mundial e ao abrandamento da recupera??o econ?mica, a China mantém um crescimento elevado. Temer considerou que o Brasil pode tirar algumas ila??es do caso chinês, mantendo a confian?a em si. “O exemplo da China é um exemplo de confian?a na sua própria economia. Sem embargo das economias mundiais, o Brasil hoje enfrenta um processo de recupera??o econ?mica, mas o exemplo chinês é sempre muito útil para o Brasil", afian?ou. A cúpula, para Temer, promove a possibilidade de “l(fā)evar os exemplos da China para os demais países”.
O agora ex-presidente da Comiss?o Sino-Brasileira de Alto Nível de Concerta??o e Coopera??o (COSBAN), sempre se dedicou ao relacionamento com a China nos mais variados aspectos. No dia 2 de setembro, o presidente chinês Xi Jinping apelidou Temer de “velho amigo”, ao que Temer respondeu: “Acho que ele quis dar dois significados. Quando disse ‘velhos amigos’ quis referir-se primeiro à rela??o formal entre o Brasil e a China, mas muito delicadamente também ele referiu-se aos vários encontros que tivemos”.
Ainda sobre esta rela??o de amizade, Temer adiantou ter aproveitado para “solicitar a ele [Presidente Xi] que a abertura do mercado chinês para setores agrícolas brasileiros fosse agilizada. Eu acho que a China já tem feito isto com muita propriedade e com muita adequa??o, mas há ainda pleitos brasileiros, especialmente no tocante a frigoríficos, fornecedores de carnes, que est?o ainda sendo examinadas pelo governo chinês. ”
O presidente brasileiro levantou também outras quest?es ao nível da rela??o comercial: “Nós insistimos naquilo que a China de alguma maneira já vem fazendo, que é a compra de aeronaves da Embraer. Ontem em Shanghai nós assinamos vários acordos para a compra de várias aeronaves, mas há outros desejos da China no tocante a esta rela??o com o Brasil, via compra de aeronaves. Insisti, também nesse ponto, na quest?o da soja, especialmente na soja transgênica que nós também estamos cada vez mais interessados”.
Num seminário sobre o comércio sino-brasileiro realizado em Shanghai na última sexta-feira, Temer declarou que a China é atualmente o parceiro mais necessário para o Brasil, e que chegara a hora de refor?ar a parceria estratégica global. Para ele, o relacionamento comercial e diplomático entre a China e o Brasil é cada vez mais íntimo, apesar da distancia geográfica que separa as duas na??es.