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A China, o G20 e o Brasil

Fonte: Diário do Povo Online    07.09.2016 09h05

Por José Medeiros e Rafael Lima*

A China sobe ao palco da governan?a global como um dos seus atores principais. Esse é o resultado mais relevante da 11a Cúpula do G20, realizada entre os dias 5 e 6 de setembro na histórica cidade de Hangzhou. Por outro lado, o Brasil n?o passou de um simples coadjuvante, t?o pequeno que nem se pode imaginar que o país tenha sido um dos principais protagonistas do referido fórum desde a sua cria??o, em 1999. Para ser justo, esse apequenamento come?ou bem antes da Cúpula de Hangzhou, refletindo no tabuleiro da política internacional a crise política que o país vem atravessando.

Como se sabe, até 2008, o fórum era um espa?o que se limitava basicamente à discurs?o de quest?es econ?micas dos países denominados de emergentes e desenvolvidos, o G20 Financeiro. O mesmo era composto essencialmente por especialistas do seguimento econ?mico, como ministros de finan?as e presidentes de bancos centrais. Quando os EUA avalizaram a sua cria??o, jamais poderiam imaginar que o mesmo pudesse evoluir e até se transformar no principal fórum de discuss?es econ?micas e políticas sobre a governan?a global. Essa mudan?a redefiniu pouco a pouco o eixo do gerenciamento do poder mundial, até ent?o concentrado nas m?os do G7 (Estados Unidos, Jap?o, Alemanha, Reino Unido, Fran?a, Itália e Canadá).

Depois da Cúpula de Hangzhou, o G20 n?o será mais o mesmo, assim como n?o foi mais o mesmo depois da Cúpula de Washington realizada em novembro de 2008, a primeira a contar com a presen?a dos principais líderes políticos mundiais. Isso porque, a China resolveu assumir de fato uma posi??o central no reordenamento econ?mico do mundo, aliás, algo que já lhe era de direito. Se no come?o ainda se falava em uma divis?o global de tarefas entre o entre G7/8 e o G20, agora este discurso passou a ser irrelevante. Depois de Hangzhou, o G20 passará a ser o principal fórum mundial para encaminhamento dos problemas globais e n?o apenas em quest?es de finan?as e de economia, como era até ent?o.

Evidentemente que para se consolidar como o principal fórum de governan?a global muitos ajustes precisar?o ser feitos, mas n?o há dúvidas de que esse é um caminho sem volta, pelo menos na fase atual da reorganiza??o do poder mundial. Nesse sentido, a China guiará todo o seu poder econ?mico e diplomático para isso. Aliás, esse caminho fica claro nos discursos do presidente chinês Xi Jinping, tanto na abertura quanto em seu comunicado à imprensa internacional: “O G20 deve cumprir com as expectativas depositadas pela comunidade internacional, deve seguir o caminho da prosperidade e da estabilidade. Deve adaptar-se ao seu tempo e mostrar o caminho. O G20 deve adaptar-se às necessidades da economia mundial e deve transformar-se (...)”. (Discurso de abertura). Ainda segundo Xi Jinping, “o G20 precisa melhorar o seu papel como motor para a coopera??o internacional. Precisa mudar e deixar de ser um mecanismo de resposta a crises para ser a longo prazo um mecanismo de governan?a (...). Todos concordamos que a transforma??o do G20 afetará os interesses imediatos de todos os membros e o futuro da economia mundial. Para manter a vitalidade do G20, devemos adotar as mudan?as e os progressos dos tempos atuais” (Comunicado à imprensa). é claro que, como o próprio presidente chinês fez quest?o de sublinhar, falta ao Grupo uma vis?o estratégica. E reconhe?amos que essa constru??o n?o é simples, haja visto a necessidade de equacionar interesses estratégicos muitas vezes divergentes, quer no plano de projetos nacionais e de interesses econ?micos corporativos, quer em um plano mais profundo, envolvendo vis?es civilizacionais de mundo.

Concluindo, ressaltamos que quando falamos no apequenamento do Brasil, n?o objetivamos ficar em um nível panfletário e acusatório. Muito menos objetivamos transferir para individualidades de circunstanciais representantes a responsabilidade de uma grave crise política e econ?mica interna. O que objetivamos é ressaltar que com o G20 estamos diante de um momento crucial da reconfigura??o do poder mundial. E que, diante dessa oportunidade histórica, o Brasil precisa ser maior do que suas próprias dores e divis?es internas. Dito de outro modo, precisamos olhar esse novo horizonte da organiza??o do que se vislumbra e assumir, sem pedir licen?a, como agora faz a China, nosso lugar na reordena??o política e econ?mica internacional, buscando sobretudo a edifica??o de uma humanidade solidária e ambientalmente mais saudável. O Brasil pode e deve contribuir mais para o seu próprio bem-estar e o bem-estar da humanidade.

*José Medeiros da Silva é Doutor em Ciência Política pela Universidade de S?o Paulo, Professor na Universidade de Estudos Internacionais de Zhejiang, em Hangzhou, e pesquisador convidado do Instituto Internacional de Macau.

*Rafael Gon?alves de Lima é mestre em Rela??es Internacionais pela Universidade de Jilin, na China.