Madrid, 27 nov (Xinhua) -- O "decidido multilateralismo" em que aposta a Espanha torna o país uma pe?a chave para o estreitamento das rela??es entre a China e a Uni?o Europeia (UE), conforme concluíram personalidades no Fórum China-Europa sobre Reforma e Globaliza??o, realizado recentemente em Madrid.

"Aprecio que a China tenha voca??o multilateral e pense na Espanha como um aliado decisivo. Temos que construir uma comunidade que se perceba dessa forma, porque mais do que nunca na história compartilhamos um destino comum. Falar de política é falar do multilateralismo e coopera??o como respostas globais", explicou o ex-primeiro-ministro espanhol José Luis Rodríguez Zapatero em entrevista à Xinhua.

O ex-chefe do Executivo espanhol (2004-2011) ressaltou no evento, que teve como ideia central a prevalência do multilateralismo sobre as correntes protecionistas que existem em alguns países, que a dupla vertente geoestratégica da Espanha pode ser de grande utilidade para a China.

"A Espanha tem grandes ativos porque sendo um país inequivocamente europeísta e, portanto, com grande capacidade para ter essa vis?o aberta e multilateralista, além disso tem seu contexto próprio por sua voca??o latino-americana, que é sua alma, sendo um ativo que representa essa rela??o. E também o norte da áfrica por sua aproxima??o", ressaltou.

O ex-secretário da Organiza??o do Tratado do Atlantico Norte (OTAN), Javier Solana, concordou com Zapatero em que a globaliza??o pode trazer resultados benéficos tanto para a China como para a Espanha.

Solana, quem também foi ministro de Exteriores do Governo da Espanha entre 1992 e 1995, disse que em um mundo "t?o interconectado", os problemas já n?o s?o de um só país nem de uma só regi?o, mas sim globais.

Por isso, comentou, é necessário mudar de uma "vis?o tática" que tem a comunidade internacional a uma "vis?o estratégica" que permita perceber os problemas a um prazo mais longo.

Em um fórum em que foi destacado as rela??es comerciais e econ?micas tanto ao nível bilateral entre a Espanha e a China como ao nível de bloco entre o país asiático e a Uni?o Europeia, Solana pediu que os vínculos culturais n?o sejam deixados de lado.

"Os centros Confúcio da China e os Cervantes da Espanha têm que ter muita importancia. Dos temas culturais e da amizade só se tiram coisas boas. Tem que ter uma boa atitude. Mas tudo isso tem que vir com a prática do que estamos falando", disse.

No 40o aniversário da Reforma e Abertura da China e 45o aniversário do estabelecimento das rela??es diplomáticas entre ambos os países, Solana sublinhou os avan?os econ?micos da China e pediu que o atual mundo multipolar se torne multilateral.