Por Ye Zhu
“Quando se segura um martelo, tudo parece um prego” - este é o modus operandi da diplomacia americana hodierna.
De acordo com a Atlantic Monthly, em 3 de maio de 2019, existiam 7.967 san??es nos Estados Unidos em andamento ou prestes a serem implementadas. De acordo com as estatísticas, o governo dos EUA imp?s mais de 3.200 san??es a entidades e indivíduos estrangeiros. Ser?o todas estas san??es para manter o humanitarismo? A equidade e a justi?a? A responsabilidade dos Estados Unidos perante a comunidade internacional enquanto super potência? Receio que seja o oposto.
A “diplomacia de san??es” americana consiste na imposi??o egoísta da própria vontade sobre os demais.
Em 8 de outubro, os EUA anunciaram uma nova ronda de san??es contra o Ir?, catalogando 18 bancos iranianos na lista negra. Desde a eclos?o da epidemia, os Estados Unidos têm mantido suas san??es de longo prazo contra o Ir?, Cuba, Venezuela e outros países, criando desastres humanitários ainda maiores. Durante o 75o aniversário da funda??o das Na??es Unidas, os Estados Unidos ignoraram ainda a oposi??o de 13 dos 15 membros do Conselho de Seguran?a, anunciando unilateralmente san??es e controles de exporta??o sobre 27 entidades e indivíduos que apoiassem os programas nucleares e de armas convencionais do Ir?. Como país que se retirou do "Acordo Nuclear com o Ir?", os Estados Unidos demonstram uma total irracionalidade e desrespeito pelas organiza??es multilaterais das Na??es Unidas. Os EUA "apropriam e descartam" arbitrariamente as regras internacionais.
Mas esta n?o é a farsa mais absurda da "diplomacia de san??es" americana. Em 2 de setembro de 2020, o Secretário de Estado estadunidense, Mike Pompeo, anunciou que congelaria os ativos financeiros da procuradora-geral do Tribunal Penal Internacional, Fatou Bensouda, nos Estados Unidos, e que proibiria os cidad?os americanos de cooperar com ela.
O motivo das san??es dos EUA é que o Tribunal Penal Internacional está ainda investigando suspeitos de crimes de guerra e crimes contra a humanidade no Afeganist?o cometidos por militares e membros da inteligência dos EUA. Os Estados Unidos, acostumados a acusar outros países de "violar o direito internacional e os direitos humanos", rebateram as san??es quando foram investigados por crimes relacionados.
Recentemente, as san??es americanas visaram duas empresas chinesas – Ant Group Tencent e, simultaneamente, o destino do Tik Tok - um aplicativo popular com 100 milh?es de usuários ativos por mês nos Estados Unidos. Em agosto de 2020, os líderes dos EUA recorreram a ordens executivas para proibir o Tik Tok de operar nos Estados Unidos sob o argumento de que o aplicativo amea?ava a "seguran?a nacional". No entanto, n?o foram apresentadas quaisquer evidências de que a China "obteve dados dos usuários do Tik Tok". Do incidente da Alstom na Fran?a, ao incidente da Toshiba no Jap?o, aos casos da ZTE e Huawei na China, n?o é difícil compreender a lógica de pirataria da atual diplomacia americana.
Os Estados Unidos n?o têm misericórdia nem mesmo dos seus aliados. Em 15 de julho, Pompeo afirmou que os Estados Unidos imporiam san??es a todos os participantes dos projetos "Nord Stream 2" e "TurkStream", construídos em conjunto pela Rússia e pelos países europeus. Esta postura foi contestada por representantes dos 24 países da UE. O ministro das Rela??es Exteriores da Rússia, Lavrov, afirmou que a busca descarada de san??es por parte dos Estados Unidos tem um objetivo: assegurar a capacidade e o direito de atuar de livre arbítrio na política e economia mundiais.
A arena diplomática deveria ser um lugar onde os países se respeitavam e conversavam em pé de igualdade, mas agora se tornou um palco para os Estados Unidos usarem frequentemente a coer??o, mentiras e san??es. As san??es eram originalmente destinadas à busca da paz e da justi?a, mas foram abusadas pelos Estados Unidos como uma ferramenta de intimida??o, abertura de exce??es e de duplos padr?es. O poder de uma grande potência implica mais responsabilidades internacionais, mas faz dos Estados Unidos a "capital" da sabotagem internacional. No entanto, os Estados Unidos desdenham a oposi??o da maioria dos países. Enquanto dominarem, sentem-se no direito de, recorrendo à metáfora inicial, golpearem com o martelo como entenderem.
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