Em 20 de janeiro, hora local, Biden tornou-se presidente dos Estados Unidos. Poder?o as rela??es sino-americanas retomar a normalidade depois de Biden assumir o cargo? Irá a guerra comercial sino-americana continuar? Poder?o os estudantes internacionais nos Estados Unidos beneficiar da nova presidência? A CCTV entrevistou Cui Tiankai, embaixador chinês nos Estados Unidos, e abordou o rumo das rela??es sino-americanas.

Cui Tiankai acredita que o mais importante para os Estados Unidos recuperarem é que um grande país tenha uma conduta de um grande país. Um grande país precisa de “sabedoria, autoconfian?a, otimismo e trabalho árduo”.

P: O porta-voz da Casa Branca disse que Biden será "paciente" na sua abordagem à China. O que acha desta afirma??o?

CTK: é claro que a paciência é uma coisa positiva. Espero que os EUA possam revisar e refletir sobre sua política para a China nos últimos anos, encontrar o cerne do problema e, de fato, adotar uma postura positiva, construtiva e realista, em sintonia com o mundo.

Penso que paciência apenas n?o é suficiente. A racionalidade e sinceridade s?o necessárias. O porta-voz da Casa Branca basicamente define as rela??es sino-americanas como rela??es competitivas estratégicas, e algumas opini?es sobre as políticas interna e externa da China n?o s?o t?o precisas. Espero que os Estados Unidos possam usar a paciência para compreender a China, o mundo de hoje, e as rela??es sino-americanas objetivamente.

P: Independentemente de quem seja o presidente dos Estados Unidos, como ir?o se desenvolver as rela??es sino-americanas?

CTK: Se a China e os Estados Unidos querem desenvolver uma rela??o saudável e estável, é necessário responder inequivocamente a uma pergunta fundamental: se dois países com culturas históricas e sistemas sociais muito diferentes podem e devem viver em paz.

Isso exige foco na coopera??o, gest?o das diferen?as e ser capaz de beneficiar os povos dos dois países e a comunidade internacional. Para os Estados Unidos, é fundamental saber se podem ou n?o aceitar o desenvolvimento da China - um país muito diferente - e se podem respeitar o direito do povo chinês de lutar por uma vida melhor.

Quem quer que se torne presidente deve responder a esta quest?o fundamental: se a resposta for clara, inequívoca e positiva, poder?o ser encontradas solu??es para problemas específicos nas rela??es bilaterais.

P: Ainda é possível enviar estudantes para os EUA?

CTK: Para estudar no exterior, os alunos e pais devem fazer escolhas com base em suas necessidades e condi??es objetivas. O nível de tecnologia e educa??o dos Estados Unidos ainda é líder no mundo, e ainda há muitos lugares nos Estados Unidos para aprender.

Acredito que os Estados Unidos continuar?o a ser um dos destinos para estudar no exterior. Nossa atitude n?o deve ser nem adora??o cega nem rejei??o cega. N?o importa onde estudemos, nosso objetivo é o desenvolvimento pessoal e n?o nos tornarmos outra pessoa.

P: O consulado geral chinês em Houston será reaberto? E o consulado americano em Chengdu?

CTK: Para isso acontecer os EUA devem demonstrar boa vontade. Agora que o governo Biden acabou de tomar posse, os dois lados ainda n?o come?aram a discutir o assunto.

A quest?o do encerramento dos consulados gerais n?o partiu da China, nem era algo que a China pretendia fazer. Quem come?ou deverá ser também quem toma a iniciativa de corrigir o problema, certo?

P: A guerra comercial sino-americana irá continuar?

CTK: A China sempre se op?s à chamada guerra comercial. Se alguém nos impuser uma guerra comercial, n?o temos medo e podemos lutar até ao fim.

Em geral, os empresários americanos esperam que o relacionamento entre os dois países retome a normalidade o mais rápido possível, de modo a proporcionar um ambiente de negócios normal e favorável às empresas de ambos os lados. A China tem se esfor?ado ativamente para manter rela??es econ?micas e comerciais normais entre os dois lados.

Apesar da guerra tarifária e comercial a nós imposta pelos Estados Unidos, apesar do impacto da epidemia, nossa reforma e abertura nunca pararam, e nosso ambiente de negócios está melhorando constantemente. Isso também é fatual no setor empresarial americano.

P: As rela??es China-EUA atravessam o ponto mais baixo? é possível que as coisas piorem?

CTK: Isso depende inteiramente das escolhas políticas feitas por ambas as partes. Se uma das partes fizer a escolha errada e avan?ar para o confronto, a situa??o será pior do que agora, mas devemos trabalhar em prol do melhoramento.

A mudan?a nas rela??es sino-americanas é absoluta e a sua manuten??o é relativa. A chave é a dire??o para onde seguir. Depende se os dois lados s?o ou n?o capazes de convergir a meio do caminho. Um consenso sobre o quadro estratégico para as rela??es sino-americanas depende da política do novo governo dos Estados Unidos.

Cui Tiankai disse que, de uma perspetiva histórica de longo prazo, apenas a "coopera??o" entre a China e os Estados Unidos é a única escolha correta. Contanto que ambos os lados possam fazer essa escolha, a supera??o de dificuldades de forma inabalável deverá possibilitar um futuro auspicioso para as rela??es entre os dois países.