Por Chen Yiming
Desde o início deste ano, o governo brasileiro intensificou a repress?o ao desmatamento na floresta amaz?nica, o "pulm?o da terra", e divulga mensalmente os dados da área desmatada da floresta tropical no mês anterior.
Caso seja descoberto que mais de 0,25 quil?metro quadrado de floresta tropical desapareceu em qualquer lugar, pessoas ser?o enviadas para realizar inspe??es o mais rápido possível e puni??es severas ser?o impostas aos infratores.
Esses dados s?o fornecidos pelo Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres 04A. O satélite foi desenvolvido em conjunto pela Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST, em inglês) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e foi lan?ado com sucesso em 20 de dezembro de 2019 no Centro de Lan?amento de Satélites de Taiyuan, na China.
Desde o seu lan?amento, a estrela 04A ajudou efetivamente as autoridades reguladoras brasileiras a fortalecer o monitoramento das atividades de desmatamento, especialmente a detec??o oportuna do desmatamento ilegal disperso e de pequena escala, de modo a proteger a floresta amaz?nica.
O satélite pode gerenciar mais de 3 milh?es de quil?metros quadrados de floresta tropical no Brasil por meio da coopera??o do subsistema de coleta de dados a bordo e da esta??o n?o tripulada no solo com o mínimo de recursos humanos.
"O Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres desempenhou um papel vital na conten??o do desmatamento ilegal na floresta amaz?nica", disse Luciana Santos, Ministra de Ciência e Tecnologia do Brasil, ao Diário do Povo Online.
A coopera??o entre a China e o Brasil no campo de satélites de sensoriamento remoto de recursos terrestres pode ser rastreada até 1988. Nesse ano, os dois países assinaram um protocolo de aprova??o do desenvolvimento de satélites de recursos terrestres. Até agora, os dois países lan?aram com sucesso 5 satélites de recursos terrestres.
O satélite 01 foi lan?ado em 14 de outubro de 1999, estabelecendo um recorde na história do desenvolvimento de satélites da China, sendo pioneiro no lan?amento e uso bem sucedido.
Além disso, o satélite 01 foi o primeiro satélite de sensoriamento remoto terra-terra do tipo transmiss?o em tempo real da China com as maiores dificuldades técnicas e os usos mais versáteis. Essa coopera??o também é conhecida como um modelo de coopera??o Sul-Sul no campo de alta tecnologia.
Em abril deste ano, em nome do governo brasileiro, a ministra Luciana assinou um protocolo complementar de coopera??o entre os dois governos no desenvolvimento do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres 06.
O satélite 06 usará a nova tecnologia de radar de abertura sintética para gerar dados por meio de nuvens em condi??es climáticas complexas, fun??o que tornará mais precisos os alertas gerados com base nos dados. O satélite pode monitorar incêndios, recursos hídricos, desastres naturais, expans?o urbana, uso de terras agrícolas e muito mais, além de aprimorar o monitoramento dos biomas brasileiros.
Em 2004, o governo brasileiro abriu o país para acesso gratuito aos dados públicos de satélite. Desde ent?o, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil já divulgou mais de 2 milh?es de imagens.
Além de serem utilizados por órg?os do governo brasileiro, os dados coletados pelo Satélite de Recursos Terrestres também prestam servi?os a diversas institui??es sociais, sendo amplamente utilizados em planejamento urbano, agricultura de precis?o, monitoramento ambiental, minera??o e muitos outros aspectos.
Luciana destacou que o Projeto Brasil-China de Satélites de Recursos Terrestres promoveu o desenvolvimento da tecnologia espacial brasileira e tornou o Brasil dono da tecnologia de gera??o de dados de sensoriamento remoto.
"A coopera??o aeroespacial Brasil-China n?o é apenas benéfica para o progresso científico e tecnológico dos dois países, mas também beneficia o mundo inteiro." Santos informou que desde o lan?amento do satélite 02 em 2003, os dois países anunciaram em conjunto que a os dados com resolu??o de 20 metros adquiridos pelo satélite ser?o fornecidos gratuitamente a todos os países do mundo.
Atualmente, a Administra??o Espacial Nacional da China e a Agência Espacial Brasileira concordaram em continuar a promover a distribui??o e aplica??o de dados de satélite da série de Satélites Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres em mais países e regi?es.
“Este trabalho me ajudou a perceber meu próprio valor", disse Carlos Pereira, gerente do Projeto de Satélite de Recursos Terrestres Brasil-China do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil, acrescentando: "Sempre que vejo o Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres contribuir para os dois países e outros países fico muito orgulhoso da ajuda que trouxe para o desenvolvimento agrícola da regi?o, prote??o florestal e preven??o e mitiga??o de desastres”.