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A visita de Li Keqiang ao Brasil e as novas oportunidades para o desenvolvimento da América Latina

Fonte: Diário do Povo Online    21.05.2015 12h51

Por: Rafael Gon?alves de Lima

O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, chegou ao Brasil na segunda feira (18) para uma visita oficial com o governo brasileiro. Sua estadia no Brasil marca o início de uma caminhada mais longa pela América do Sul, que se estenderá também pela Col?mbia, Peru e Chile. Essa visita, se entendida dentro de uma perspectiva estratégica mais ampla, nos coloca diante de novas oportunidades para o desenvolvimento da regi?o, especialmente para o Brasil. Obviamente, isso exige que esses países potencializem esses investimentos para fortalecerem os seus projetos de desenvolvimento, evitando a substitui??o de uma dependência por outra.

Essa visita de Li Keqiang é o quarto grande acontecimento diplomático da China em rela??o à América Latina, depois que a nova gera??o de dirigentes chineses assumiu o comando do país no XVIII Congresso do Partido Comunista da China, realizado no final de 2012. Como se sabe, ainda nos primeiros meses do seu mandato, entre o final de maio e o início de junho de 2013, o presidente Xi Jinping visitou Trindade e Tobago, Costa Rica e México, em uma viagem que depois se estendeu pelos EUA. Em 2014, entre os dias 15 e 23 de julho, foi a vez do presidente chinês visitar o Brasil, Argentina, Venezuela e Cuba. N?o menos importante, foi a I Reuni?o Ministerial do Foro CELAC-China, realizada em Beijing entre os dias 8 e 9 de janeiro deste ano.

Na abertura desse evento com a CELAC, que reuniu representantes dos 33 Estados-membros da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos, o presidente Xi Jinping foi enfático sobre a constru??o de “Um novo capítulo da associa??o de coopera??o integral entre a China, América Latina e o Caribe”. Na ocasi?o, ele afirmou ainda que a China pretende investir US$ 250 bilh?es na América Latina e o Caribe na próxima década, sendo que esse valor poderá chegar a US$ 500 bilh?es, dependendo do avan?o das negocia??es entre as duas regi?es.

Desde que chegou ao Brasil, Li Keqiang e a presidente Dilma assinaram 35 acordos de parcerias de comércio e investimentos produtivos nos setores financeiros, automotivo, telecomunica??es, energia, siderurgia, indústria de alimentos, minera??o, gás e petróleo. Destacam-se a assinatura do protocolo sanitário que permitirá a retomada das exporta??es de carne bovina pelo Brasil para a China, o lan?amento da pedra fundamental das linhas de transmiss?o ultra-alta da usina de Belo Monte, a assinatura do ato que viabilizará a cria??o do corredor transoceanico que ligará os oceanos Atlantico e Pacífico, a venda de 22 jatos da Embraer para a Tianjin Airlines e a atua??o da Caixa Econ?mica Federal como estruturadora e gestora dos recursos financeiros fornecidos pelo banco estatal chinês ICBC. Os acordos entre os dois países totalizam US$ 53 bilh?es.

Dito de outro modo, do lado chinês, a passagem de Li Keqiang ao Brasil, e ao nosso entorno regional mais imediato, está inserida dentro da Grande Estratégia da China, já desenhada e decidida pelos seus líderes. Isso sinaliza que, dentro de uma nova estrutura??o do poder global, a América Latina é vista como uma área vital para os interesses chineses de longo prazo, seja por possuir um mercado interno atrativo, seja pela sua capacidade de fornecer energia, minerais, alimentos e outros recursos, fundamentais para o êxito do desenvolvimento chinês.

Ainda sobre a visita do premiê chinês ao Brasil, merece destaque o seu artigo publicado no jornal brasileiro Valor Econ?mico no dia de sua chegada, em 18 de maio. “Com a minha visita espero consolidar ainda mais a tradi??o da amizade sino-brasileira, promover a coopera??o de benefício recíproco e ganho compartilhado, e estimular o intercambio e aprendizagem mútua entre a China e a América Latina”.

Em suas reflex?es, o premiê chinês amplia ainda os horizontes sobre as rela??es entre a China e o Brasil, indo além dos 40 anos do estabelecimento das rela??es institucionais entre os dois Estados: “A China e o Brasil, os maiores países em desenvolvimento respectivamente nos hemisférios leste e oeste, e ambos importantes economias emergentes, além de ter mais de 200 anos de relacionamento amistoso, possuem crescentes interesses comuns e brilhantes perspectivas de coopera??o. Sem conflitos fundamentais, os dois países respeitam mutuamente na escolha aut?noma do caminho de desenvolvimento, e apoiam-se um a outro nos temas de grande interesse relativo”. Aliás, essa tese de que as rela??es entre China e Brasil já existem há mais de 200 anos tem sido defendida desde algum tempo pelo jornalista Carlos Tavares, conforme exposi??o em um seminário que tivemos a oportunidade de participar em 2013, organizado em Beijing pela Universidade de Economia e Negócios Internacionais (UIBE) e pelo Instituto Brasileiro de Estudos de China e ásia-Pacífico (IBECAP), dirigido pelo professor Severino Cabral.

Finalizando essas reflex?es, enfatizaríamos ainda que, em termos geoestratégicos, essa movimenta??o chinesa na América Latina também abre fendas significativas em uma das bases principais que alicer?am a sustenta??o de um poder global unipolar, sob a lideran?a dos EUA. Como se sabe, n?o é novidade que a busca da multipolaridade é uma das bandeiras diplomáticas da China na arena internacional. Nesse aspecto, a aproxima??o chinesa do nosso continente também pode convergir com os nossos interesses geoestratégicos. Cabe ao Brasil e aos países da América Latina e Caribe aproveitarem essas oportunidades para seguirem de forma ativa com os seus próprios passos e, juntos com a China e outros países, buscar pontos de convergências que fa?am avan?ar um tipo de desenvolvimento que traga benefícios para esses países, seus povos e a humanidade como um todo.

Rafael Gon?alves Lima

Graduado em Rela??es Internacionais pela Faculdades de Campinas (FACAMP) e mestre em Rela??es Internacionais pela Universidade de Jilin, na China 

(Editor:Renato Lu,editor)

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