S?O PAULO, 14 de agosto (Diário do Povo Online) - Luís Neto, proprietário de uma loja de modelos de avi?o em S?o Paulo, no Brasil, acredita que os drones fabricados pela China v?o ajudá-lo a expandir seus negócios.

Na Feira de Drones da América Latina, a primeira exposi??o de aeronaves n?o tripuladas na regi?o, que será realizada em Outubro, em S?o Paulo, Neto alugou a única área de voos de teste no pavilh?o de exibi??o e uma grande estante na zona central, a fim de mostrar os seus drones favoritos fabricados pela empresa ‘DJ - Innovations (DJI)’, um dos melhores produtores chineses de drones civis.

“Vou promover drones produzidos pela ‘DJI’ nos lugares de destaque”, disse Neto.

Neto estabeleceu a sua reputa??o na indústria brasileira de drones devido a empresa DJI, a líder nesta indústria no que toca a fotografia aérea e videografia, que ocupa uma quota de cerca de 70% do mercado mundial.

Dois anos atrás, Neto fez um vídeo sobre um protesto ocorrido na Avenida Paulista em S?o Paulo a partir de imagens captadas por um drone fabricado pela ‘DJI’. O vídeo foi transmitido num canal de televis?o local.

Após a transmiss?o, Neto recebeu, em uma semana, mais de mil e-mails de pessoas interessadas em saber onde podiam comprar o drone.

Prevendo um negócio potencial, ele tornou-se um agente de venda de drones.

A sua loja no distrito de Casa Verde, no norte de S?o Paulo, tem todos os tipos de drones da ‘DJI’. Neto fabricou, por si próprio, um modelo de drone da ‘DJI’, cujo tamanho é quatro vezes maior do que o drone origial.

“Os drones da ‘DJI’ ocupam mais de 90% das vendas totais na minha loja”, disse ele. Nesta altura em que muitas indústrias ‘encolheram’ por causa da economia lenta e da desvaloriza??o do real, Neto ganhou centenas de milhares de dólares americanos por ano.

O Brasil tem-se tornado um importante mercado na indústria de aeronaves n?o tripuladas. Em 2010, o governo brasileiro investiu 350 milh?es de dólares na compra de 14 drones em Israel para monitorar a floresta tropical da Amazónia.

No entanto, devido ao rápido avan?o tecnológico dos drones chineses, as compras recentes têm focalizado empresas chinesas.

Este mês, os drones da ‘DJI’ ser?o utilizados na monitoria de propriedades suspeitas de praticar trabalho for?ado no Estado do Rio de Janeiro, antes de expandir para outros lugares.

Os primeiros seis drones usados no Rio de Janeiro, ‘Inspire 1’, têm cameras poderosas que podem filmar vídeos de 4K em 360 graus, tirar fotos contendo 12 milh?es de ‘pixels’ e transmitir imagens em tempo real para ‘smartphones’ ou computadores.

De acordo com Wang Fan, diretor de rela??es públicas da ‘DJI’, encomendas de institui??es públicas do Brasil, Chile, México, Paraguai e Peru est?o crescendo rapidamente.

A ‘DJI’ tem fornecido drones para consumidores em diversos setores, incluindo os da constru??o, combate a incêndios, e agricultura, acrescentou Wang.

No Peru, os drones da ‘DJI’ s?o usados por oficiais culturais e arqueólogos para trabalhos de topografia e cartografia em 3D das relíquias incas.

Além de institui??es públicas, os drones fabricados pela China também s?o bem acolhidos pelo público. As redes sociais est?o ansiosas em saber como comprar drones da China, comparando diversas empresas, incluindo a ‘DJI’, ‘Ehang’ e ‘Zero Tech’.

Fundada em 2006 e baseada em Shenzhen, cidade do Sul da China, a empresa ‘DJI’ vende produtos para mais de 100 países e regi?es do mundo, com escritórios em Hong Kong, Jap?o, Alemanha, EUA e Holanda.

A reputa??o internacional da empresa come?ou em Hollywood onde os seus drones ganharam popularidade na produ??o de filmes e programas de televis?o.

A área de filme e televis?o da América Latina também conheceu a potencialidade dos drones, mas n?o tinha muitas oportunidades para usá-los porque, antes, os canais de distribui??o da companhia ainda n?o tinham sido estabelecidos na regi?o.

Agora a situa??o mudou com a funda??o das empresas como a de Neto.

Em 2015, os negócios da ‘DJI’ registraram um aumento significativo na América Latina, com vendas a triplicar no primeiro semestre de 2015 em compara??o com o mesmo período do ano passado, atingindo dezenas de milh?es de yuans, afirmou Wang.

Neto também está otimista em rela??o às oportunidades na Feira de Drones da América Latina. “Espero que a exposi??o possa me trazer clientes de outros países, assim posso expandir o negócio da venda de drones da ‘DJI’ para fora da regi?o”, disse.