NOVA IORQUE, 14 de setembro (Diáro do Povo Online) - “O mais importante para a China e os EUA é fundamentarem as suas polí-ticas, partindo do princípio de que s?o duas grandes potências, que preci-sam de trabalhar em coopera??o, e n?o em confronto. Este é o aspeto fundamental,” disse Henry Kissinger, antigo secretário de estado dos Es-tados Unidos numa entrevista exclusiva ao diário do povo a 10 de setembro.

“Esta conclus?o deve ser aplicada a vários assuntos concretos e eu estou plenamente confiante de que haver?o progressos,” reiterou Kissinger.

O presidente Xi Jinping vai fazer uma visita de estado aos EUA no final de setembro.

“Eu tive bastantes conversas com o presidente Xi. Ele é um homem de grande determina??o, com li??es sólidas retiradas durante as várias expe-riências da sua vida,” prosseguiu.

Kissinger inaugurou a grande rela??o entre a China e os EUA e testemu-nhou o desenvolvimento desta rela??o por mais de 40 anos. Quando a re-la??o come?ou, a China estava ainda no início do seu desenvolvimento económico.

“Se alguém me tivesse mostrado em 1971 uma imagem daquilo que Pe-quim e Xangai seriam hoje, eu diria que seria de doidos, que n?o poderia acontecer. O facto é que todos estes feitos s?o reais. Eu olho sempre para a China com a memória de 1971. Embora existissem dificuldades econó-micas, elas foram ultrapassadas e eu n?o presto muita aten??o a isso,” dis-se Kissinger.

“Quanto à rela??o entre os EUA e a China, quando come?amos a rela??o, tínhamos um adversário comum. Porém, agora, ao invés de um adversá-rio comum, temos oportunidades comuns. Se n?o trabalharmos juntos, muitas delas n?o se poder?o concretizar. Alguns dos problemas n?o po-dem ser resolvidos pela China ou pelos EUA apenas, como as quest?es climáticas, ambientais, das armas de destrui??o maci?a, etc.

Tudo isto s?o assuntos em que temos de trabalhar juntos. Alguns tópicos s?o até totalmente novos, como o cyber-terrorismo.” firmou Kissinger.

“Estou bastante esperan?ado que a visita do presidente Xi aos EUA regis-te avan?os em alguns destes campos assim como no diálogo entre as duas na??es.”

Alguns críticos comentam a possibilidade dos EUA poderem aceitar o crescimento da China como um ponto cego e alguns dizem que as rela-??es entre os 2 países se encontram num “cume de tens?o”.

Henry Kissinger disse, “A China vai continuar a crescer, quer aceitemos isso ou n?o. é a realidade. Tendo isso em conta, claro que devemos acei-tar a China de acordo com a dimens?o da sua popula??o e dos recursos que disp?e, isso nem sequer deve ser debatível. Estamos destinados a tra-balhar juntos.”

“Um confronto entre a China e os EUA seria muito desvantajoso para ambos os países, ambos devem garantir que isso n?o acontece. Nos cerca de 50 anos que tenho vindo a acompanhar esta rela??o, as pessoas falam muito num ponto de tens?o, mas o facto é que 8 presidentes americanos têm mantido a mesma política e 5 líderes Chineses também, por isso esta-mos obrigados a trabalhar juntos e assim o devemos fazer,” refor?ou Kis-singer.

Relativamente ao “novo tipo de rela??o entre potências”, proposto pelo presidente Xi, Kissinger disse: “Acho que ambos o presidente dos EUA e da China têm nos seus gabinetes meios de comunica??o direta um com o outro.”

“A China e os EUA devem cooperar na manuten??o da paz no mundo, especialmente na ásia”, disse o diplomata.

Ele terá dado alguns conselhos a Obama para conduzir da melhor forma a rela??o dos EUA com a China durante o tempo restante da sua presidên-cia.

“A minha opini?o sempre será, para cada presidente, de falar com hones-tidade com os chineses, de falar abertamente dos receios mútuos e de ten-tar resolver os problemas mais óbvios,” disse. “Tenho a certeza de que o v?o fazer, estou muito confiante,” terminou.