ANTALYA, Turquia, 12 de novembro (Diário do Povo Online) - O crescimento global vai dominar a agenda quando os líderes das 20 maiores economias do mundo (G20) se reunirem no domingo e segunda-feira na cidade costeira de Antalya, no sudoeste da Turquia, para a sua décima cúpula.

Diante do fluxo constante de refugiados da Síria, país devastado pela guerra, e frente uma onda de ataques terroristas, a Turquia também trouxe à tona quest?es para discuss?o com a esperan?a de que tenha resultados tangíveis.

Crescimento global

A Turquia vê o G20 como uma plataforma de premiero nível para abordar quest?es financeiras e econ?micas globais após a crise financeira global de 2008.

"A Grande Recess?o de 2008-2009 nos ensinou que a solu??o para os desafios globais se encontram nas a??es globais", disse o primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, em um documento oficial do G20. Como atual presidente do G20, a Turquia tem o objetivo de "ajudar a viabilizar o crescimento global inclusivo e robusto através da a??o coletiva, de modo a aumentar o potencial da economia global."

"Este s?o os três elementos da presidência turca: Inclus?o, implementa??o e investimento para o crescimento", escreveu Davutoglu.

Além disso, a Turquia pretende institucionalizar ainda mais o G20 através de um novo fórum ministerial sobre energia, um fórum para as Pequenas e Médias Empresas e um fórum de contato para as mulheres (Women’s 20).

A Cúpula de Antalya "promete novas medidas nas áreas de investimento em infraestrutura, comércio e reformas estruturais", escreveu John Kirton, vice-diretor do Grupo de Pesquisa do G20 e diretor do Grupo de Pesquisa do G8 na Universidade de Toronto.

Refugiados e terrorismo

Kirton espera que o G20 fa?a algo em rela??o ao terrorismo e aos refugiados sírios. A Turquia recebeu mais de dois milh?es de sírios que fugindo da guerra lan?ada em Mar?o de 2011.

A quest?o n?o se tornou importante até este ver?o, quando centenas de milhares de refugiados bateram na porta dos países da Uni?o Europeia e após que as tragédias constantes de migrantes afogados no mar durante a sua viagem para a Europa ocuparam as manchetes.

A situa??o de seguran?a na Turquia, um membro da Organiza??o do Tratado do Atlantico Norte (OTAN), também se deteriorou desde que o governo come?ou no final de julho ataques simultaneos contra alvos do grupo Estado Islamico no território sírio contra alvos do proscrito Partido dos Trabalhadores do Curdist?o no sudeste da Turquia e norte do Iraque.

Num almo?o de trabalho, os líderes do G20 v?o analisar a forma de melhor servir os milh?es de refugiados da Síria e preocupa??o provávelmente se espalhe para a causa de raiz da crise: as guerras no Iraque e Síria, disse Kirton em seu artigo.

Inclus?o

O atual sistema financeiro internacional é responsável pelo colapso de 2008 e outros problemas financeiros e econ?micos recorrentes no mundo.

Ramazan Tas, diretor do Centro da Investiga??o Econ?mica HESA, baseado em Ancara, disse à imprensa chinesa que a economia global pode estar à beira de uma nova crise que poderia ser desencadeada por guerras cambiais, guerras das taxas de juros e guerras comerciais neo-mercantilistas.

Tas se referiu à ausência de uma boa governan?a econ?mica global como a fonte dos problemas e criticou as institui??es financeiras e econ?micas globais como o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e Organiza??o Mundial do Comércio.

O pesquisador turco disse que as institui??es financeiras e econ?micas globais est?o "desatualizadas" sobre como lidar com as crises e disse que elas devem ser reformadas.

Apesar dos repetidos apelos e promessas, a atual reforma dos sistemas financeiro e monetário do mundo para o estabelecimento de uma ordem financeira justa, equitativa, inclusiva e bem gerida n?o tem avan?ado muito.

"O sistema financeiro internacional tem um problema de inclus?o em termos de como se realiza a reforma", disse Ussal Sahbaz, analista da Funda??o da Pesquisa de Política Econ?mica, na Turquia.

Do seu ponto de vista, há duas quest?es fundamentais a este respeito: a primeira é a inclus?o na governan?a das institui??es financeiras internacionais, as chamadas institui??es de Bretton Woods.

"A Turquia fez da inclus?o uma prioridade da sua presidência do G20", disse Sahbaz. "Esperamos que a China dê continuidade a essa abordagem."

Edi??o: Yin Yongjian

Revis?o: Rafael Lima