RIO DE JANEIRO, 8 mar (Diário do Povo Online) -- A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, criticou novamente ontem a opera??o policial que conduziu na sexta-feira passada o seu antecessor no cargo e padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva, para depor na Polícia Federal por suspeita de ter se beneficiado da gigantesca rede de corrup??o na estatal Petrobras.
"O presidente Lula, e que se fa?a justi?a, nunca se julgou melhor do que ninguém, e sempre que foi intimado para depor, foi. Ent?o, n?o tem nenhum sentido levá-lo a for?a para depor se ele nunca se negou a ir", explicou a mandataria durante a cerim?nia de entrega de 320 casas do programa “minha casa, minha vida”.
Dilma viajou no sábado para a casa do Lula, no munícipio de S?o Bernardo do Campo (estado de S?o Paulo, sudeste do país), para mostrar apoio à ele um dia depois da polêmica opera??o policial, muito criticada por setores próximos ao Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula e Dilma, mas muito celebrada por todos os seus detratores.
A presidente brasileira criticou a justificativa de que caso levassem Lula para prestar depoimento de maneira formal, poderia se gerar um enfrentamento nas ruas entre grupos favoráveis e contrários ao ex-presidente do Brasil entre 2003 e 2010.
"Eles n?o podem alegar que estavam protegendo o Lula. Como um juiz disse, era necessário saber se ele queria ser protegido, porque tem certos tipos de prote??o que s?o muito estranhas", ironizou.
Além do mais, Dilma voltou a criticar o que qualificou de "vazamentos sistemáticos" de informa??es relacionadas ao caso que investiga uma gigantesca rede de corrup??o formada por empresários, ex-funcionários do alto escal?o da empresa e políticos que teriam desviados ao menos 2 bilh?es de dólares da Petrobras.
No seu discurso, Rousseff culpou a oposi??o dizendo que ela tem parte da culpa na crise política e econ?mica que o país vive.
"O Brasil está passando por um momento de dificuldades", mas "uma parte de esse momento se deve à crise política sistemática que aqueles que perderam as elei??es criaram”, comentou em referência aos ataques feitos pela oposi??o, que segundo ela "tem o direito de discordar", mas "n?o podem dividir o país".
A oposi??o tenta abrir um pedido de impeachment contra a presidente Dilma pelas chamadas pedaladas fiscais que o governo teria realizado para supostamente maquiar os resultados fiscais de 2014 e 2015, mas já anunciaram que pretendem fortalecer o pedido após suspeitas de que o esquema de corrup??o possa ter beneficiado a campanha eleitoral de Dilma em 2014.