Por Yasef Ananda
BEIJING, 25 de mar (Diário do Povo Online)- Com uma emocionante apresenta??o artística de abertura, celebrada no moderno teatro Tianqiao de Beijing, foi inaugurado na China – e em grande estilo - o Ano do Intercambio Cultural com a América Latina e Caribe.
Luo Shugang, ministro da cultura da China, foi quem inaugurou oficialmente o grandioso evento.
Para a ocasi?o, foram convidados artistas de Cuba, Col?mbia, Peru, Argentina, Uruguai e Brasil.
Como anfitri?es, o prestigiado pianista Lang Lang, embaixador da China para o Ano do Intercambio Cultural, interpretou “China, eu te amo”, enquanto Zhang Jian e Ma Xiaodong, ilustres figuras do Ballet Nacional da China, apresentaram fragmentos da “ópera Don Quixote nas Bodas de Comacho”.
A iniciativa do Ano do Intercambio Cultural China-América Latina e Caribe foi proposta pelo presidente chinês Xi Jinping, durante o seu encontro com os líderes dos países da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) em julho de 2014.
Ao longo deste ano, e através de importantes eventos artísticos e culturais, a China manterá um diálogo multilateral sistemático, diverso e sobretudo de alta qualidade artística com os países da regi?o. Espera-se que o intenso intercambio cultural de 2016 impulsione as rela??es entre os povos e promova a melhora do conhecimento entre a China e a América Latina, identidades que compartilham um destino comum.
A apresenta??o artística de inaugura??o come?ou com “For?a e Compasso”, um show de talento e maestria executado pelo “ballet de Lizt Alfonso”, uma das companhias mais aclamadas do panorama dan?ante de Cuba. A contagiante “rumba habanera” passou a vez para a música tradicional mexicana, interpretada pelo grupo de mariachi “Estrela do México”, que demostrou em cena sua pródiga elegancia e musicalidade. O público aplaudiu entusiasmado a apresenta??o ao estilo mariachi da can??o “Por que a flor é t?o vermelha?”, uma das mais emblemáticas can??es do universo musical-cinematográfico chinês.
A apresenta??o inaugural do Ano do Intercambio Cultural da China com a América Latina e o Caribe também rendeu tributo a Miguel de Cervantes, através do Ballet Nacional da China e do Ballet SODRE do Uruguai. Juntos, deleitaram o público com um delicado “Dom Quixote”, coreografia de Marius Petipa. Momento peculiar, de intenso diálogo em cena, protagonizados por bailarinos chineses e uruguaios.
O grupo colombiano “Pasión Caribe” brilhou em cena, trazendo cor e esplendor ao espetáculo. Seu estilo de dan?a, profundamente caribenho e popular, transbordou gra?a e alegria ao ritmo dos tambores africanos.
O conceito do espetáculo, cuja dire??o geral esteve a cargo de Han Baoquan, soube equilibrar manifesta??es artísticas, express?es culturais e representatividade regional.
Entretanto, no caso do Brasil, apesar das boas condi??es vocais dos solistas Sara Sarres e Cleto Baccic, a sele??o n?o esteve à altura do gigante cultural. Sob a aspira??o de um ilusório verniz "global", Sara Sarres e Cleto Baccic interpretaram juntos, e em inglês, a música “Tudo que eu te pe?o”. Apesar de n?o ser prudente classificar os países dentro de estereótipos musicais, o Brasil sempre foi e será um ponto aparte na América Latina. E é preciso tratá-lo como tal. Seu carnaval, sua poética bossa-nova ou sua delirante capoeira carioca, ícones inequívocos da essência sentimental que o define como na??o perante o mundo, foram os grandes ausentes da apresenta??o.
Por sua vez, merecem elogios a apresenta??o do conjunto peruano “Huancavelica”, em especial a interpreta??o de David Jhonatan com sua Flauta de p?, a sedu??o dos dan?arinos de tango do “Giovanna” e o distinto tango de sal?o da companhia argentina “Esperanza”.
A apresenta??o de inaugura??o do Ano do Intercambio Cultural, organizado pelo Grupo de Artes e Espetáculos da China, logrou fascinar e dar uma amostra do que será 2016 para a China, para a América Latina e o Caribe.
Participaram do encontro cultural a vice-primeira-ministra da China, Liu Yandong, e os embaixadores dos países da América Latina e do Caribe no gigante asiático.
De hoje até dezembro, um intenso programa cultural aproximará o povo chinês do espírito latino-americano e caribenho, e vice-versa.
Edi??o: Rafael Lima
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