Por Zhou Zhiwei
A vota??o levada a cabo na Camara dos Deputados colheu 367 votos favoráveis ao impeachment, um valor porventura superior às expectativas da presidente, que reflete o clima agreste que impera na esfera política brasileira.
Com a maioria dos partidos políticos a desmarcarem-se da alian?a com o Partido dos Trabalhadores (PT) e a unirem-se à fa??o a favor do impeachment, o isolamento do PT no parlamento é cada vez mais alarmante. De facto, analisando o resultado da vota??o da Camara dos Deputados, é possível aferir que apenas o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) se encontra ainda do lado do governo de Dilma.
Se a situa??o verificada na Camara dos Deputados n?o foi abonatória para a presidente, a sua popularidade no Senado n?o oferece grandes motivos para ter esperan?a, pelo contrário. Em primeiro lugar, grande parte dos postos do Senado s?o tradicionalmente atribuídos a um número de fa??es políticas hostis ao governo do PT. Consequentemente, os lugares atribuídos aos apoiantes da presidente s?o escassos e, por isso, insuficientes para gerar impacto na decis?o final. O outro fator a ter em conta é a extens?o da influência da vota??o esmagadora a favor do impeachment na Camara dos Deputados. Algumas fa??es do Senado que se encontravam numa posi??o neutra, dever?o seguir a tendência de apoiar a impugna??o, decretando o clímax da tragédia política encenada pelo PT.
De uma estrela reluzente do grupo BRICS há 10 anos atrás até à crise da atualidade, a vertiginosidade da queda do Brasil poderá ser comparada ao declínio e decadência de uma celebridade que cai na desgra?a. A velocidade de todos estes acontecimentos supera qualquer previs?o, no passado e no presente, sendo que a estabiliza??o política e a recupera??o económica s?o miragens fora do alcance de qualquer um. A raz?o por detrás do predicamento na qual a Presidente Dilma se encontra prende-se, sobretudo, com o fracasso ao nível político. No que diz respeito à economia, durante o primeiro mandato da presidente (2011-2014), o ímpeto de crescimento económico caiu de 4% para menos de 2%.
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