Christine Lagarde, a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional(FMI), concedeu uma entrevista recentemente ao programa Woman’s Hour da BBC. No decurso da entrevista, foi indagada relativamente aos procedimentos da institui??o que preside face a casos de corrup??o: “Quando iniciamos um programa em algum país, analisamos a presen?a de corrup??o, analisámos de que forma as reformas podem influenciar o nível da corrup??o. Quando nos deparamos com um país recetor de um programa do FMI, onde fundos da comunidade internacional est?o envolvidos, que n?o esteja a respeitar a transparência financeira, encobrindo abertamente a corrup??o, suspendemos o programa”.
Devido a este motivo, frisou Lagarde, foram recentemente suspensos os programas de apoio financeiro a Mo?ambique e à Ucrania.
Segundo a diretora-geral do FMI, o Estado Mo?ambicano garantiu 1,4 milh?es de dólares, que foram posteriormente ocultados das contas públicas, motivo que esteve detrás da decis?o do FMI de suspender o pagamento da segunda parcela de um empréstimo àquele país.
Segundo avan?a o jornal Sapo24, esta acontecimento incitou também os EUA a rever o seu apoio a Mo?ambique.
O website oficial do FMI, num comunicado à imprensa do dia 23 de abril, refere que, após um encontro entre o Primeiro-ministro Carlos Agostinho do Rosário e Christine Lagarde, foi iniciada uma opera??o conjunta na qual participaram a vice-ministra das finan?as de Mo?ambique, Isaltina Lucas, e a equipa do FMI presente no país. O resultado das investiga??es resultou num valor de 1 bili?o de dólares de excesso acumulado de dívida externa, que n?o tinham sido comunicados ao FMI.
Num novo comunicado da institui??o internacional, emitido a 19 de maio por Gerry Rice, diretor do departamento de comunica??es do FMI, é constatado que o governo mo?ambicano reconheceu a existência de uma grande parcela de dívida omitida à institui??o internacional, e que, de momento, est?o a ser avaliadas “as implica??es macroeconómicas desta omiss?o, sendo que uma miss?o deverá visitar Maputo em junho de 2016”. Rice confirma a existência anterior de um plano para duas visitas ao país, que entretanto foram canceladas devido aos acontecimentos relatados: “A miss?o que estava inicialmente planeada para abril e maio, que foi adiada devido à omiss?o de dívida, deverá ter lugar em junho”.
No comunicado Rice é também abordado relativamente à necessidade de aplicar um programa de resgate financeiro em Mo?ambique, pergunta à qual n?o deu uma resposta conclusiva.
Edi??o: Mauro Marques