Por Jorge A. H. Rangel 

O presidente do Instituto Internacional de Macau, Jorge A. H. Rangel

As organiza??es n?o governamentais podem desempenhar um papel cada vez mais relevante na promo??o e no desenvolvimento eficaz do intercambio académico e cultural, cooperando com entidades públicas e privadas de variada natureza, com destaque para as institui??es de ensino superior e centros de estudos e investiga??o.

é neste contexto que se insere o Instituto Internacional de Macau (IIM), como organismo de natureza associativa com fins académicos e culturais e multifacetada actividade. Reconhecido pelo Governo da R.A.E Macau como institui??o de utilidade pública, o IIM completou recentemente 15 anos de funcionamento, com resultados que podem ser considerados muito positivos, na promo??o do intercambio, no refor?o da investiga??o académica, na organiza??o de seminários e conferências e na área das edi??es, sendo hoje a entidade com maior produ??o editorial em Macau. O IIM é também membro de várias organiza??es internacionais e tem o estatuto de observador consultivo da CPLP.

Institui??o multifacetada

Quando, em 1999, ano terminal da administra??o portuguesa, foi criado o IIM, foi nestes termos que foram divulgados os seus propósitos estatutários: “O Instituto Internacional de Macau é uma institui??o fundada e sediada em Macau, de matriz portuguesa e pendor universalista. Foi concebido como servi?o de continuidade, e em fidelidade à identidade e à voca??o mais profundas de Macau para que pretende contribuir com novas formas de projec??o no futuro. Fruto de uma complexa génese de quatro séculos, Macau moldou-se metrópole de convergências e ecumenismo, de diversas componentes culturais e religiosas. Mas foi a capacidade de operar sínteses culturais próprias que possibilitou a Macau gerar uma identidade particular e ser factor de civiliza??o. O IIM orientou-se, assim, para servir duas vertentes: o aprofundamento dos factores de identidade de Macau e o prosseguimento dos factores de diferen?a de Macau.

é assim que o IIM entende a execu??o da norma constitucional ‘um país, dois sistemas’, inspirando-se primariamente no culto e na prática dos factores da diversidade e da diferen?a, aqui implantados secularmente por via portuguesa.”

Uma estrutura de servi?os

O IIM tem também uma delega??o em Lisboa e mantém estreita coopera??o com as Casas de Macau e outras institui??es macaenses espalhadas pelo mundo, bem como com dezenas de entidades do exterior, entre as quais prestigiadas universidades, com as quais firmou protocolos e desenvolve parcerias úteis. O IIM tem o estatuto de observador consultivo da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, sendo a única entidade de Macau ligada a esta organiza??o que congrega os países de língua portuguesa. Nessa qualidade e no seio desta organiza??o, também faz parte da sua Comiss?o Temática para a Promo??o e Difus?o da Língua Portuguesa.

Conclus?o

Num tempo em que o chamado “soft power” ganhou uma relevancia insubstituível nas rela??es entre blocos económicos e políticos e entre países e territórios, é incontornável o papel de organismos como o IIM, no servi?o que presta a Macau e às comunidades aqui residentes, na afirma??o da sua identidade, no respeito pela memória e pelo legado, na aposta no seu correcto desenvolvimento e na consolida??o do seu papel no mundo, com uma ambi??o legítima que foi sempre muito superior à sua reduzida dimens?o geográfica. Como espa?o livre de reflex?o, de estudo e de ac??o, o IIM continuará também aberto ao mundo.

Fonte: Diário de Todos

Edi??o: Rafael Lima