Por Mauro Marques
Com a ascens?o ao topo da Europa, chegou por fim a hora do regresso a casa. E que regresso. Portugal parou para receber os heróis nacionais num clima eufórico de festa, contrastante com a melancolia que até ent?o pairava no quotidiano do país.
Fernando Santos e companhia foram carinhosamente recebidos por milhares de portugueses, que preencheram as ruas da capital ao longo de todo o trajeto do autocarro panoramico, desde o aeroporto até ao Palácio de Belém, onde os esperavam Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente da República, e outras individualidades, trajados a rigor com o cachecol da sele??o.
“Campe?es que aqui estais. Eu disse há um mês e três dias que eram os melhores da Europa, e muita gente ao longo deste mês disse: ‘N?o, eles s?o bons mas têm sorte. S?o bons mas há melhores’. Está provado que n?o há acaso nem sorte. Que n?o s?o uma equipa banal. Eram e s?o os melhores da Europa… E s?o os melhores da Europa pela competência, pela capacidade de trabalho, pela inteligência, pela resistência, mas também pela unidade e pela humildade. O futebol é um desporto coletivo e ali há uma equipa, e é t?o importante um golo marcado com um toque de calcanhar genial, como é a defesa de um penalty…como o esfor?o de qualquer jogador, como alguns que ontem aos 120 minutos já se arrastavam mas continuavam em campo… é esse espírito coletivo que deu a vitória. Eu disse-lhes naquela altura que aquilo que lhes pedia era que se lembrassem dos portugueses que vivem aqui e lá fora, e vocês lembraram-se sempre deles, todos os minutos, todos os jogos até vencerem a final. Vocês lembraram-se do que podiam fazer pelo orgulho de ser português?
Foram estas as palavras que Marcelo Rebelo de Sousa dedicou à sele??o, tendo de seguida condecorado os jogadores e a equipa técnica, sem qualquer distin??o entre eles: “Houve um princípio. Os jogadores têm todos a mesma condecora??o. Todos. N?o há primeiros, nem segundos, nem terceiros. E os treinadores têm todos a mesma condecora??o.”
O presidente aproveitou ainda a ocasi?o solene para referir as felicita??es provenientes da lusofonia: “…Mas n?o foram só os portugueses. Foram os timorenses que encheram as ruas de Dili. Foram os nossos irm?os que encheram as ruas de Luanda, as ruas de Maputo, da Praia, de S?o Tomé, de Bissau…”.
No final da cerimónia a festa prosseguiu entre os jogadores e a multid?o ali presente.
Parafraseando os vários meios de comunica??o de Portugal: “A ta?a já está em casa”.
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