Por Zhang Qizuo, Diário do Povo
A explica??o subjacente para o facto da economia mundial atravessar um período menos positivo pode ser encontrada em causas estruturais de médio e longo prazo.
Perante tal presente contexto, a China, atual detentora da presidência rotativa do G20, está se esfor?ando para colher frutos na cúpula em Hangzhou, através do aprofundamento da reforma estrutural financeira internacional. Tais esfor?os surgem no sentido de elaborar novas solu??es para uma governan?a financeira global mais eficiente, e de transformar o G20 de um mecanismo de resposta a crises de longo prazo à exaspera??o do papel de vanguarda do G20 no crescimento econ?mico global e na coopera??o internacional.
A economia mundial está sofrendo uma desacelera??o. A flexibiliza??o das políticas monetárias falhou no estímulo da insuficiência do crescimento registado nas economias desenvolvidas no segundo trimestre. Durante o período entre mar?o e junho passado, os EUA registraram apenas um aumento de 1,2 por cento, a Uni?o Europeia experienciou um aumento de 0,3 por cento, e o Jap?o, por seu turno, 0,2 por cento.
As evidências supracitadas demonstram que a crise financeira internacional continua afetando a economia global.
A crise de 2008 também ressaltou o desequilíbrio na arquitetura econ?mica global, depois que exp?s as falhas estruturais e os riscos sistemáticos do sistema tradicional de governan?a financeira internacional dominada pelo dólar.
Grandes mudan?as tiveram lugar na economia global. No sistema tradicional de governan?a financeira, no entanto, os mercados emergentes e países em desenvolvimento est?o mal representados. As suas quotas e direitos de vota??o no FMI n?o correspondem à sua economia em crescimento.
Como resultado, o sistema tradicional tem causado uma má combina??o de divisas para os mercados emergentes e países em desenvolvimento. Deste modo, o efeito de transbordamento negativo da política de flexibiliza??o quantitativa lan?ado pelos países avan?ados, foi transferido para os países em desenvolvimento, resultando em um desequilíbrio da estrutura econ?mica global.
Perante o desequilibro estrutural de longo prazo da economia mundial, o G20 tem que se encarregar da transforma??o em um mecanismo de governan?a econ?mica a longo prazo.
Após assumir a presidência rotativa do G20, a China identificou 9 áreas prioritárias e 48 princípios nas reformas estruturais, tendo sugerido expandir a demanda total pela via de aumentar o investimento infraestrutural e construir uma nova ordem de taxa??o internacional justa.
Além desses esfor?os, a China reativou ainda o Grupo de Trabalho da Arquitetura Financeira Internacional e preparou um esbo?o de uma agenda do G20, com vista a forjar uma arquitetura financeira internacional mais estável e resiliente.
A China adiantou também uma série de sugest?es práticas sobre a expans?o da aplica??o do Direito Especial de Saque (DES); refor?ou a rede da seguran?a financeira internacional; acelerou a quota da FMI e a reforma de governan?a; melhorou a supervis?o e administra??o do fluxo de capital; e promoveu o mecanismo da reestrutura??o da dívida soberana.
Tendo estes esfor?os como pressuposto, a China avan?ou suas próprias propostas para uma governan?a financeira global mais eficiente. Além de sugerir o aumento da representatividade dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento, as propostas visam também a promo??o do crescimento econ?mico ao ter em aten??o, tanto os sintomas, como as causas.
(O autor é o economista e diretor do Centro de Estudos sobre o Desenvolvimento Estratégico e Econ?mico para o G20 e Países Emergentes)