Por Paul Martin
O G20, originado em 2008 após a críse financeira, é uma plataforma-chave para a coopera??o económica internacional e marca um impulso de peso na governan?a econ?mica global. Porém, as cúpulas anteriores falharam em corresponder às expectativas no que diz respeito à lubrifica??o da economia. Deste modo, há muita expectativa em torno da cúpula do G20 deste ano, tendo em conta o cenário econ?mico funesto que ainda perdura a nível mundial.
Estou muito satisfeito por ver o G20 a se desenvolver no caminho certo durante este período que coincide com a presidência da China. A China fez um trabalho exemplar na prepara??o para a cúpula de Hangzhou.
Um aspeto importante do G20 é a capacidade de abrangência por parte da China face aos outros membros. A China organizou inúmeras reuni?es ministeriais e de thinktanks dentro do escopro deste evento. Estou certo de que este irá ser um encontro de sucesso.
A cúpula do G20 de Hangzhou é um encontro marcante por uma miríade de raz?es. Em primeiro lugar, a China é uma das economias mais importantes do mundo. Deste modo, quando um país desta envergadura organiza uma cúpula do G20, há sempre um sem número de fatores que se coaduna à escala do evento. Além disso, a China iniciou várias discuss?es em torno de inúmeros assuntos marcantes, no sentido preparar resultados, e, posteriormente, traduzir esses resultados em a??es.
Mais se acrescenta que, devido ao atual estado da economia, muitas pessoas pensam que o abrandamento que se verifica atualmente faz parte de uma “nova normalidade”. Perante este pano de fundo, a comunidade internacional anseia que esta cúpula tenha a capacidade de produzir solu??es.
A explora??o econ?mica da China expande também as nossas expectativas. A transforma??o econ?mica do país é uma política deliberada em termos de procura do crescimento interno. Devido ao abrandamento econ?mico global e à importancia que este detém, o investimento em infraestruturas e educa??o é absolutamente crucial se a economia global tiver ambi??es de ser bem-sucedida. A China demonstrou também uma lideran?a considerável neste campo de a??o, e a cria??o do Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas é um exemplo óbvio disso mesmo.
O G20 deve também se focar mais em quest?es globais que influenciam o desenvolvimento econ?mico, tais como a quest?o dos refugiados, o papel de áfrica, o desenvolvimento marítimo sustentável, combate à corrup??o e mudan?as climáticas. De modo a resolver estes problemas, é muito importante colocar ênfase em institui??es multilaterais tais como o FMI e a OMC.
Acrescento ainda que é sábio por parte da China, convidar líderes de países africanos, tais como o Egipto, o Chade e o Senegal para a cúpula do G20. A popula??o mais jovem está em áfrica. é do benefício comum atribuir a essa popula??o jovem a oportunidade para desenvolver e construir. Tendo em considera??o o papel tremendo da China em áfrica, o país irá com certeza ser um dos intervenientes principais no continente.
A inten??o original do G20 era de fazer face aos desafios econ?micos enfrentados pelo mundo. Mas o problema com as cúpulas anteriores era o de que os acordos firmados pelos seus intervenientes n?o eram sempre mantidos. Tenho grandes expectativas e estou muito confiante de que a China irá estar à altura da tarefa. Estou também seguro relativamente à coopera??o entre a China e o Canadá dentro do enquadramento do G20.
(O autor é o Ex-premiê e Ministro das Finan?as do Canadá)