O candidato a secretário-geral das Na??es Unidas António Guterres defendeu esta segunda-feira, em Nova Iorque, num evento à margem da Cimeira dos Refugiados e Migrantes, que a educa??o dos jovens deslocados é “uma quest?o de seguran?a global”.
A educa??o é um instrumento absolutamente crucial para cumprir as aspira??es das pessoas, para aumentar as possibilidades de reconstru??o dos seus países e, ao mesmo tempo, uma quest?o de seguran?a global”, disse o ex-primeiro-ministro português e ex-alto-comissário das Na??es Unidas para os Refugiados.
Líderes dos 193 Estados-membros da ONU aprovaram esta segunda-feira a Declara??o de Nova Iorque, que cria condi??es para um melhor tratamento dos refugiados e migrantes.
O candidato a secretário-geral da ONU previu “enormes dificuldades” para aplicar as resolu??es da declara??o, mas salientou a sua importancia.
“N?o nos podemos dar ao luxo de ter pessoas que terminam o ensino secundário e n?o têm oportunidade de ter ensino superior ou trabalho. Alguém dizia numa reuni?o da ONU, há uns meses, que mentes vazias s?o o recreio do diabo“, disse António Guterres num evento copatrocinado por um conjunto de entidades, designadamente por Portugal, Qatar e Grécia, relativo à educa??o superior em situa??es de conflito ou de desastres naturais.
O candidato a secretário-geral da ONU afirmou que “a frustra??o de largo número de jovens que n?o encontram hipótese de prosseguir os seus estudos ou encontrar um trabalho é um excelente elemento para aqueles que hoje constroem uma rede global de terrorismo.”
Questionado pela moderadora sobre como se pode planear situa??es de educa??o em crises que s?o muitas vezes imprevisíveis, Guterres referiu-se à natureza das crises humanitárias que conheceu quando liderou o Alto Comissariado das Na??es Unidas para os Refugiados.
“As situa??es s?o imprevisíveis, mas uma coisa podemos prever: as crises v?o durar e a recupera??o será lenta“, disse, apontando os exemplos da Síria, Afeganist?o, Somália e República Democrática do Congo.
“N?o ter a educa??o, desde o princípio, como uma prioridade, e n?o incluir a educa??o superior nessa abordagem, é um suicídio“, concluiu Guterres, referindo-se à “imensa frustra??o de jovens que permanecem nos campos de refugiados por anos e anos e anos e n?o têm nenhuma hipótese de estudar, trabalhar ou encontrar outra forma de se integrar na sociedade.”
Na mesma sess?o, o ex-presidente português Jorge Sampaio prop?s a cria??o de um mecanismo de resposta rápida para o ensino superior em situa??es de emergência.
Fonte: Lusa