Rio de Janeiro, 10 out (Xinhua) -- Alguns estudos no ocidente têm falado sobre o exagerado endividamento da China em rela??o a obras de infraestrutura. Entretanto, estamos caminhando para um novo momento mundial, onde o aumento da produtividade industrial e a melhoria da mobilidade urbana ser?o fundamentais para adaptar os países e as cidades para um novo mundo.
Parece difícil aceitar, após certos argumentos, que o trade-off da China em rela??o a esse tipo de investimento n?o seja apropriado a ser adotado pelo governo.
Dizem esses estudiosos que empresas estatais e províncias chinesas estariam muito endividadas por essa raz?o.
N?o nos parece um argumento consistente a ponto de afetar a estratégia chinesa focada na cria??o de uma infraestrutura interna forte e de um servi?o de constru??o infraestrutural, extremamente demandado pela maioria dos países do mundo.
Quais seriam os nossos argumentos de que a China está no caminho correto?
Em primeiro lugar, o planejamento chinês prevê a interliga??o de Beijing a outras cidades próximas, com intuito de contribuir para a cria??o de uma "Super Cidade Multifuncional".
Essa cidade inicial deverá ter uma popula??o integrada bem numerosa. Nela haverá melhores condi??es de mobilidade urbana, habita??o, condi??es trabalho, etc. Caso esse modelo futuramente seja aprovado pelo governo e a popula??o, poderá ser replicado a partir de outra grande "Cidade Satélite Chinesa", de forma a criar uma integra??o melhor e facilitar a administra??o de outras partes desse "País Continente" chamado China.
Em segundo lugar, a China é reconhecidamente a maior potência mundial em planejamento, execu??o e custo de obras de infraestrutura. Os Estados Unidos, a maior potência tecnológica do planeta, sabem muito bem disso, e há muito tempo já deixaram de lado sua inten??o de concorrer com a China nesse setor.
Como destacamos anteriormente, agora a infraestrutura será um fator crítico para o desenvolvimento de todos os países. Assim, pelo fato de ser líder nesse mercado, a China pode criar suas próprias receitas oriundas dessa atividade no exterior, de forma a financiar as necessárias obras internas de infraestrutura.
Finalmente, concluímos ser muito precipitado os argumentos daqueles que apontam o endividamento atual chinês em fun??o de obras de infraestrutura.
Além disso, vimos que esse setor terá um papel fundamental no desenvolvimento global. Se a China, que tem a maior expertise do mundo, n?o participar ativamente desse processo, o que será dos outros países que necessitam dessa expertise?
Embora reconhe?amos os efeitos financeiros dessas obras, n?o temos dúvida de que a China tem a total capacidade de assumir esses custos. A capacidade de pagamento chinês é extremamente sólida e o risco de algum tipo de "default" está completamente descartado.
Complementarmente, as obras de infraestrutura ter?o um duplo papel de benefícios para a China. O primeiro de forma direta, pelo recebimento de recursos pela presta??o dos servi?os. O outro, de forma indireta, por contribuir para a melhoria da produtividade dos países aos quais a China realiza suas compras. Isso reduzirá os custos e, consequentemente, em tese, a China poderá comprar por pre?os mais acessíveis.
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