O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, afirmou nesta ter?a-feira em Macau que a China tem um projeto de apoio de 2 bili?es de yuans de assistência financeira destinado aos países de língua portuguesa na ásia e áfrica nos próximos 3 anos.
Foi inaugurada hoje, em Macau, a 5a Conferência Ministerial do Fórum para a Coopera??o Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau), que conta com a participa??o da China e de sete países da lusofonia – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Mo?ambique, Portugal e Timor-Leste.
No discurso proferido na cerimónia de abertura, Li Keqiang revelou que o valor comercial entre a China e os países de língua portuguesa se aproximou do patamar de 100 bilh?es de dólares no ano passado, e que a China já se tornou um dos parceiros comerciais mais importantes dos países referidos.
Até o momento, os países lusófonos estabeleceram já cerca de 1000 empresas na China. Por sua vez, o valor dos investimentos por parte de empresas chinesas nos países de língua portuguesa ascende aos 50 bili?es de dólares.
Li Keqiang elogiou o papel desempenhado pelo Fórum de Macau na promo??o dos la?os entre a China e a lusofonia. “Sob o enquadramento do Fórum, a China tem mantido um intercambio cada dia mais íntimo com os países de língua portuguesa, aprofundando a confian?a política e o aumento do número de visitas entre os seus integrantes”.
O primeiro-ministro assinalou ainda que o ensino das línguas chinesa e portuguesa tem sido intensificado recentemente no seio de todos os países integrantes do fórum, “mais de 20 universidades na China têm cursos de português, enquanto que nos países de língua portuguesa, o número dos Institutos Confúcio ascende já a 17. ”
A política e economia mundiais est?o a experienciar uma metamorfose profunda, no seguimento das várias dificuldades na recupera??o da crise e do reajuste do pre?o das commodities, apontou Li, que apelou à oposi??o a qualquer manifesta??o de protecionismo.
“A iniciativa chinesa ‘Um Cintur?o e Uma Rota’ coincide com o plano de desenvolvimento dos países de língua portuguesa, que, juntamente com a China, perfazem 17% da economia mundial e 22% da popula??o do globo. Todos estes países se situam em localiza??es-chave do transporte marítimo. Neste novo enquadramento, a China almeja, em conjunto com os países lusófonos, consolidar os la?os comerciais e criar um modelo de coopera??o amistosa entre os diferentes sistemas sociais, etapas de desenvolvimento e contextos de culturais. ”
O primeiro-ministro chinês prometeu que a China n?o procura um superávit no comércio com os países de língua portuguesa. A China deseja p?r em prática uma política aduaneira favorável para os países lusófonos, abrangendo 97% dos tipos de impostos aplicáveis, de modo a encorajar uma maior importa??o desses países.
Além da assistência financeira, a China vai prestar um pacote de mais de 2 bilh?es de yuans em doa??es destinados ao desenvolvimento agrícola, facilita??o do comércio e ao combate à malária; 2 bilh?es em empréstimos com vista a realizar o acoplamento de indústrias, coopera??o da capacidade industrial e infraestrutural dos países lusófonos na ásia e áfrica; isentar, num total de 500 milh?es de yuans, empréstimos sem juro em dívida, vencidos aos países de língua portuguesa menos desenvolvidos; abrir 2000 vagas para programas forma??o e outras 2500 vagas adicionais para bolsas do governo chinês a cidad?os destes países, assinalou Li.
Li apelou ainda ao refor?o do intercambio inter-humano e ao aprofundamento da coopera??o na educa??o, ciência, cultura, saúde pública e desporto. “A China continuará a ajudar os países lusófonos na ásia e áfrica a atualizar as suas instala??es de educa??o e cultura, e contribuirá para a constru??o de centros de cultura chinesa”.
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