Por Wen Xian
Após uma longa caminhada eleitoral, o candidato do partido republicano dos EUA, Donald Trump, venceu a contenda pela presidência. Atendendo à atual conjuntura americana e às profundas mudan?as a ocorrer no cenário mundial, os desafios que aguardam Trump s?o inúmeros.
Há cerca de meio mês atrás, no dia 22 de outubro, Trump revelava em Gettysburg o seu plano de mudan?a para os primeiros 100 dias enquanto presidente. Este é o mais recente conjunto de medidas concretas avan?adas pelo republicano, desde que assumira a candidatura à Casa Branca. O plano destaca, entre outros 10 itens, a exer??o de press?o no Congresso para a reduzir e simplificar os impostos da classe média norte-americana. Perante a atual situa??o, é possível deduzir que Trump procurou inovar no paradigma do processo de campanha política, assim como tentou criar uma rutura com o atual modelo de governa??o.
Se a primeira premissa n?o se afigurava fácil, o mesmo se poderá dizer da segunda. Cada país tem os seus dilemas. No caso dos EUA, existem a disparidade entre ricos e pobres, injusti?a social, conflitos étnicos, imigra??o ilegal, entre várias outras atribula??es que contribuem para um agravamento da insatisfa??o da popula??o. Todas estas contrariedades ter?o que ser abordadas por parte do novo governo americano.
Do ponto de vista do resto do mundo, um dos pontos centrais da elei??o de Donald Trump diz respeito à dire??o tomada pela política externa do país. é indubitável que a elei??o do republicano terá um impacto no plano internacional, no qual as rela??es sino-americanas est?o integradas. No c?mputo geral, estas n?o dever?o sofrer altera??es. Ambos os países inauguraram um “novo modelo de relacionamento entre potências mundiais” – tendo por base os interesses e ambi??es de ambos os povos. O impulsionamento salutar das trocas comerciais e económicas assume-se como um importante canal para esse fim.
O binómio das rela??es sino-americanas, enquanto um dos mais importantes do mundo, é, como seria de esperar, um dos focos de aten??o das campanhas eleitorais norte-americanas. A pertinência desse fator revela-se em áreas onde existe a convergência de interesses das duas partes. Por exemplo, o comércio bilateral sino-americano apurou no ano passado um valor de mais de 550 bilh?es de dólares. As estimativas apontam para que, no ano de 2024, seja ultrapassado o marco de um trilh?o de dólares.
Porém, é claro que também existem divergências. Mas, mais importante que isso, é o reconhecimento mútuo de um enquadramento no qual s?o criadas condi??es para gerir e reprimir os pontos de discordancia. A evolu??o das rela??es sino-americanas nem sempre é harmoniosa e, nem mesmo sob os parametros acordados no “novo modelo de relacionamento entre potências mundiais”, será privada de momentos dissonantes.
A história confirma que os EUA e a China, enquanto potências estabelecidas, provaram já ser capazes de debelar, de forma construtiva, quest?es sensíveis entre eles, assim como cooperar ativamente em várias áreas, tanto a nível regional como global.
Particularmente nos últimos anos, os dois países incrementaram de forma consciente a confian?a mútua estratégica, através de vários encontros entre os seus líderes,tanto na China, como nos Estados Unidos.
A Consulta de Alto Nível de Intercambio Humano e o Dialogo Estratégico e Económico Sino-americano, concluíram já as suas sétima e oitava edi??o, respetivamente, das quais foram obtidos resultados frutíferos.
Enquanto maior país em desenvolvimento do mundo e maior potência do mundo desenvolvido - enquanto duas maiores economias do mundo - a China e os EUA têm a responsabilidade de assegurar a paz e a estabilidade mundiais e promover o crescimento próspero do mundo. Nos últimos anos, a entreajuda no combate às altera??es climatéricas, seguran?a energética, entre vários outros desafios de índole mundial, como as crises da Península Coreana e do Ir?, Afeganist?o e Síria, tem-se revelado um sucesso.
Um relacionamento amistoso entre a China e os EUA corresponde aos interesses dos povos de ambos os países, assim como vai também de encontro às expectativas do resto do mundo. O futuro, tal como Xi Jinping referiu no telegrama enviado a Donald Trump, deverá compreender um “impulso das rela??es sino-americanas a um novo patamar, beneficiando os povos dos dois países e do mundo inteiro”.
(O autor é um ex-correspondente da sucursal do Diário do Povo na América do Norte)