O novo ano come?ou com a tomada de posse do novo líder da Organiza??o das Na??es Unidas — o Secretário-geral António Guterres.
Contudo, a manh? do primeiro dia do ano foi marcada pela sombra de mais um ataque terrorista em Istambul, na Turquia, refor?ando a necessidade da reinstala??o da paz a nível mundial, no ano que se inicia.
Na comunidade internacional de hoje, para além da propaga??o do terrorismo, conflitos regionais, altera??es climáticas, crise dos refugiados, a saída do Reino Unido da Europa e outros problemas, Guterres terá de enfrentar vários desafios
Perante estas quest?es, o equilíbrio nas rela??es entre os membros da ONU, o aprimoramento dos métodos de trabalho e a melhoria da eficácia e eficiência, s?o pontos que fazem parte da agenda do novo Secretário-geral.
“é tempo de reconstruir as rela??es entre o povo e os líderes nacionais e internacionais”, afirmou Guterres, acrescentando que “agora é tempo de os líderes ouvirem a vivacidade do seu povo”, após a demonstra??o dos mesmos, no compromisso para com o seu povo e a estabilidade global.
Atualmente com 67 anos, Guterres foi primeiro-ministro de Portugal entre 1995 e 2002, tendo posteriormente sido escolhido como Alto-comissário para os Refugiados da ONU entre 2005 e 2015, garantindo assistência a mais de 40 milh?es de refugiados, em mais de 100 países.
Na ONU, Guterres tem de facto bastante experiência política e o seu contributo para a organiza??o é notável, no entanto, o Secretário-geral admite que o novo cargo detém uma grande responsabilidade, “hoje é o meu primeiro dia como o Secretário-geral das Na??es Unidas, mas há um problema que me deixa muito preocupado. Existem milh?es de pessoas que vivem no meio de conflitos sem fim à vista, sofrendo com a guerra, como podemos ajudá-los a todos?”.
Wu Xinbo, vice-presidente executivo do Instituto de Estudos Internacionais da Universidade Fudan, afirmou que “a amea?a do terrorismo e a internacionaliza??o de conflitos internos s?o os dois maiores problemas que o mundo enfrenta. Ambos n?o foram resolvidos no último mandato, pelo que ser?o um desafio para o novo Secretário-geral”.
No mandato de 5 anos, Guterres “enfrentará enormes desafios, por isso devemos trabalhar em conjunto no aprofundamento e prática das reformas das Na??es Unidas, com três grandes prioridades: trabalhos de paz, apoio ao desenvolvimento sustentável e gest?o interna”.
Em 17 dias, também um novo líder ascenderá ao poder, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, assumirá o mandato no dia 20 de janeiro.
Wu, relativamente à ascens?o dos dois líderes, comenta que “para Guterres, o governo de Trump pode criar algum afastamento internacional. Como maior participante na ONU, os EUA podem reduzir o apoio e o investimento, neste caso, Guterres poderá ter de depender de outras institui??es nacionais e regionais, especialmente de economias emergentes.”
“Por outro lado, como europeu, Guterres espera resolver quest?es n?o resolvidas após a Guerra Fria. Guterres deverá refletir e ajustar o papel das Na??es Unidas na resolu??o de todos os desafios”, conclui Wu.