O comércio entre a China e os países de língua portuguesa caiu 8,44% nos primeiros 11 meses do ano passado, face ao período homólogo de 2015, indicam dados oficiais hoje divulgados.
Segundo estatísticas dos Servi?os da Alfandega da China, publicadas no portal do Fórum para a Coopera??o Económica e Comercial entre os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), o comércio entre a China e os países lusófonos foi de 83,23 mil milh?es de dólares (78,66 mil milh?es de euros) entre janeiro e novembro.
Pequim comprou aos países de língua portuguesa bens avaliados em 56,54 mil milh?es de dólares (53,44 mil milh?es de euros) -- menos 1,67% -- e vendeu 26,68 mil milh?es de dólares (25,21 mil milh?es de euros) -- menos 20,10% face aos primeiros 11 meses de 2015.
O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, com trocas comerciais bilaterais de 61,94 mil milh?es de dólares (58,54 mil milh?es de euros), uma queda de 6,48% em termos anuais homólogos.
As exporta??es da China para o Brasil atingiram 19,90 mil milh?es de dólares (18,80 mil milh?es de euros), menos 21,58%, enquanto as importa??es chinesas totalizaram 42,04 mil milh?es de dólares (39,73 mil milh?es de euros), uma subida de 2,90%.
Com Angola, o segundo parceiro comercial da China no universo da lusofonia, as trocas comerciais entre janeiro e novembro caíram 22,10%, cifrando-se em 14,23 mil milh?es de dólares (13,44 mil milh?es de euros).
Pequim vendeu a Luanda produtos avaliados em 1,58 mil milh?es de dólares (1,49 mil milh?es de euros) -- menos 53,84% face aos primeiros 11 meses de 2015 -- e comprou bens no valor de 12,64 mil milh?es de dólares (11,94 mil milh?es de euros), menos 14,77%.
Com Portugal, terceiro parceiro lusófono da China, o comércio bilateral ascendeu a 5,12 mil milh?es de dólares (4,83 mil milh?es de euros) -- mais 27,72% --, numa balan?a comercial favorável a Pequim, que vendeu a Lisboa 3,71 mil milh?es de dólares (3,50 mil milh?es de euros) -- mais 40,30% -- e comprou produtos avaliados em 1,41 mil milh?es de dólares (1,33 mil milh?es de euros), mais 3,36%.
Em 2015, o comércio entre a China e os países de língua portuguesa caiu 25,73%, a primeira queda desde 2009.
Os dados divulgados sempre incluíram S?o Tomé e Príncipe, apesar das rela??es diplomáticas que mantinha com Taiwan e de n?o participar no Fórum Macau.
Contudo, a 20 de dezembro, o governo s?o-tomense anunciou o corte com Taiwan e, dias depois, a 26, a China anunciou o estabelecimento de la?os diplomáticos com S?o Tomé e Príncipe. Na sequência disso, o Gabinete de Apoio ao Secretariado Permanente do Fórum Macau afirmou ter uma "atitude aberta" quanto à participa??o de S?o Tomé e Príncipe no Fórum Macau, em resposta à agência Lusa.
A China estabeleceu a Regi?o Administrativa Especial de Macau como a sua plataforma para o refor?o da coopera??o económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau, que reúne a nível ministerial de três em três anos.
A quinta conferência decorreu em Macau entre 11 e 12 de outubro com a presen?a de cinco primeiros-ministros (da China, Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Mo?ambique), naquela que foi a representa??o de mais alto nível de sempre. Angola, Brasil e Timor-Leste fizeram-se representar por ministros.
Fonte: Lusa