Lhasa, 8 mar (Xinhua) -- Sanyou n?o é um nome tradicional de uma aldeia tibetana. Traduzido como "três teres", o nome é abrevia??o de "ter saúde, ter casa e ter trabalho".
A nova aldeia fica perto de um rio em Lhasa, capital da Regi?o Aut?noma do Tibete, sudoeste da China. O nome dela representa as esperan?as sinceras de algumas das pessoas mais pobres do planalto tibetano.
Sanyou é o primeiro povoado para 712 pessoas vivendo abaixo do nível de pobreza no Tibete. à procura de trabalho, chegaram à aldeia no ano passado após deixar uma terra infértil.
Em 2006, o governo de Lhasa investiu cerca de 40 milh?es de yuans (US$ 5,7 milh?es) para construir 184 casas em uma terra outrora rochosa. Agora a aldeia é administrada pela vila de Dagar, do distrito de Qushui, em Lhasa.
Nyima Tsering é um dos membros da filial do Partido Comunista da China na aldeia. Ele administra uma fazenda de gado leiteiro no novo assentamento.
Ca?ula de um agricultor, Nyima Tsering vivia em uma casa pequena com os pais, as irm?s e outros parentes. Em 2000, ele deixou a escola secundária quando a irm? mais velha morreu, para tomar conta dos sobrinhos.
"As doen?as custaram muito dinheiro à minha família. Sou homem, e meu trabalho é tomar conta deles", disse. Os pais de Nyima Tsering est?o com a saúde fraca.
"Trabalhava no campo durante a época da agricultura e fazia biscates na cidade, mas n?o importa o quanto eu trabalhava; o dinheiro que ganhava um dia acabava no outro."
Com uma campanha intensa contra a pobreza lan?ada no ano passado, o governo municipal realizou solu??es de reassentamento para famílias pobres como a de Nyima Tsering.
Residentes de Sanyou têm origem em dez aldeias do distrito de Qushui.
"Algumas pessoas querem se mudar para as casas novas, mas muitas estavam hesitantes no início", disse Mao Xin, diretor da vila de Dagar.
Para aliviar a preocupa??o delas, muitos dos agricultores foram empregados para construir o novo assentamento. "Empregamos as pessoas a construir as próprias casas, assim poderiam ficar mais envolvidas emocionalmente."
Nyima Tsering também participou da constru??o dos imóveis, com o que gerou confian?a e foi eleito para o comitê dos alde?os.
A maioria das casas em Sanyou tem três andares com paredes brancas, portas laqueadas com tinta dourada e um quintal. Variam de 165 a 108 metros quadrados.
Tashi Doje, 61 anos, vive em uma das maiores com seis familiares. Em quase todas, há um altar de Buda no segundo andar.
Tashi Doje vendeu a antiga casa na terra natal e arrendou a terra para um agricultor rico. A família dele ganhou quase 98.904 yuans (US$ 14.333) no ano passado através de agricultura e trabalho em fazendas de laticínios e aves na aldeia.
"Deixar a antiga casa n?o foi fácil, mas n?o tive que gastar um centavo pela minha casa nova, e meus filhos v?o à melhor escola da vila."
Uma clínica e um jardim de infancia também foram construídos no novo assentamento.
No ano passado, cerca de 130 mil pessoas foram tiradas da pobreza no Tibete, onde mais de 460 mil ainda vivem nessa situa??o.
O filho de Nyima Tsering nasceu no fim do ano passado na casa nova deles. "Decidi chamá-lo de Tsere Phurza, o que significa "inteligência e prosperidade'", contou.
"Cinco ou seis bebês nasceram na aldeia nova no ano passado, e espero que eles nunca passem pela pobreza."