Por Pau Ramirez, Xun Wei & Chen Weihua
Rio de Janeiro, 9 mar (Xinhua) -- Ao abrir os olhos logo pela manh?, a primeira providência é, no celular, inteirar-se das últimas notícias em aplicativos como Weibo e WeChat. Depois do café, é via DiDi ou Uber que se chama um táxi ou carro privado. No caminho até o trabalho, um tempinho para navegar em alguns dos portais de venda na internet para comprar o que precisa naquele dia. é certeza que ao final do expediente as compras estar?o na porta de casa.
Para muitos chineses, essa é a rotina diária. Mas em diversos países, n?o se consegue nem imaginar que a internet seja uma ferramenta t?o imprescindível no cotidiano. No Brasil, no entanto, alguns sites de comércio eletr?nico transfronteiri?o já est?o atentos à realidade do outro lado do mundo e apostam que há espa?o para crescer no maior país sul-americano.
"Que tal esta camiseta branca, com gola redonda e manga curta? Têm as costuras bordadas com lantejoulas vermelhas. é muito bonita, n?o? Comprei no AliExpress por 10 dólares. Sim! Só 10 dólares, baratinho! Se você gostou desse vídeo, n?o esque?a de curtir. Obrigada!"
Este é um dos vídeos no canal do YouTube da Amanda Bernardo, blogueira de moda de Santa Catarina, fiel ao AliExpress e que só nesta rede social já recebeu mais de 1 milh?o de visitas.
"Comprar no AliExpress é muito fácil: abra o aplicativo, fa?a o upload de o que quer comprar e espere uns segundos. O sistema mostrará produtos similares. Agora, é só ter paciência e escolher o que mais agradar", ensina a youtuber.
O objetivo de Amanda ao gravar os vídeos é mostrar o que compra por meio do AliExpress, da China, desde caixas organizadoras de poucos dólares até roupas e bolsas que podem custar até mil dólares.
"O AliExpress é meu site preferido para fazer compras online, o que oferece os melhores pre?os e mais op??es", diz Amanda, que também é jornalista. Ela espera que, com os vídeos, mais pessoas conhe?am o AliExpress.
Bruno Mariano, um psicólogo de 36 anos e que mora no Rio de Janeiro, encontrou o AliExpress por acaso, e, ali, descobriu um novo mundo de compras na internet.
Tudo come?ou há quatro anos, quando um pedido que fez via internet demorou mais do que o usual até chegar a sua casa. Ao ver letras estranhas, deu-se conta de que estava diante da escrita chinesa e percebeu que havia comprado da China. O AliExpress, afinal, é chinês.
"Quando comecei a utilizar o AliExpress, n?o havia nada parecido no Brasil. O sistema de mensagens permite que se fale diretamente com o vendedor e, aí, é possível perguntar, por exemplo, sobre o corte de uma camisa, sobre os diferentes tamanhos",conta Mariano.
O psicólogo ressalta, ainda, que o processo de compra é seguro porque o dinheiro do cliente fica no portal até a compra ser efetivada, n?o indo diretamente ao vendedor. Assim, se evitam fraudes. Em quatro anos, ele já fez quase 200 compras no AliExpress. "E ainda recomendo a muitos amigos", garante o carioca.
O AliExpress ganha cada vez mais a confian?a dos brasileiros. Segundo dados do Ibope Inteligência, empresa dedicada a estudos sobre opini?o pública, o portal chinês superou o brasileiro B2W no segundo semestre de 2014 e está se consolidado como a maior plataforma de compras online do Brasil.
Em termos de volume total, as compras digitais realizadas no Brasil alcan?aram R$ 35,8 milh?es (cerca de US$ 11,5 milh?es) em 2014, um aumento de 24% em compara??o com o ano anterior. Desse montante, quase R$ 6,6 milh?es (ou US$ 2,1 milh?es) foram compras transfronteiri?as, com provedores chineses abocanhando 55% desta fatia.
Apesar de recém chegado ao mercado brasileiro, o AliExpress se desenvolve com bastante rapidez gra?as a boas experiências de compra, a grande variedade de mercadorias, pre?o competitivo e um servi?o de pós-venda relativamente garantido. Hoje, a empresa entrega com rapidez produtos "Made in China" aos brasileiros.
Ao se pensar no movimento das empresas do mundo chinês no Brasil, vale lembrar também da DiDi, que recentemente comprou a??es da empresa para reserva de táxis "99", à qual a chinesa garantirá apoio estratégico para quest?es técnicas, de produtos, experiência de opera??o e planejamento de servi?os oferecidos. O WeChat também tem um lugar de destaque entre os aplicativos de mensagem instantanea no Brasil e segue diminuindo a diferen?a entre os competidores. Outros gigantes da internet chinesa com opera??es no Brasil s?o o 360 e o Baidu.
Pouco depois de três décadas de reforma e abertura, a China alcan?ou sucesso considerável nos ambitos político, econ?mico e tecnológico, consolidando-se como a segunda maior economia do mundo. Hoje, o país asiático quer dividir com o mundo esta experiência, assim como os benefícios, de tal desenvolvimento econ?mico, tecnológico e científico.