Por Curtis Stone, Diário do Povo Online
A 18 de mar?o, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, aterrizou em Beijing pela primeira vez, com o propósito de estabelecer conversa??es com os líderes chineses e lan?ar as bases para a cúpula entre os presidentes Xi Jinping e Donald Trump. Após a sua chegada, o Departamento de Estado partilhou uma mensagem nas redes sociais, informando o mundo que os EUA procuram uma rela??o construtiva e orientada para os resultados com a China.
Nos seus comentários, em conversa com com o ministro das Rela??es Exteriores da China, Wang Yi, Tillerson abordou o passado e o presente da trajetória do binómio China-EUA:
Desde a histórica inaugura??o das rela??es entre os dois países há mais de 40 anos, as rela??es sino-americanas têm sido pautadas pelo entendimento e pelos princípios de n?o-conflito, n?o-confronto, respeito mútuo e coopera??o de benefício mútuo. é importante que os líderes dos dois países optem pela via do diálogo para desenvolver um entendimento comum que comande a rela??o para o próximo meio século.
Tal como Tillerson declarou, a rela??o sino-americana tem sido pautada por um entendimento de n?o-conflito, n?o confronto, respeito mútuo e coopera??o de benefício mútuo ao longo de quatro décadas. Ao longo dos anos, a rela??o sino-americana superou todas as expectativas, fazendo frente ao teste do tempo. A rela??o bilateral atravessou momentos áureos e menos positivos, mas ambas as partes persistiram na expans?o da coopera??o e no incremento da confian?a mútua. Com efeito, a rela??o bilateral tem sido capaz de crescer de forma sustentada, produzindo benefícios para os dois países. O objetivo passa agora por avan?ar com esta rela??o de benefício mútuo para os próximos anos.
Na China, Tillerson assinalou a disponibilidade americana para desenvolver as rela??es EUA-China, com base no entendimento comum para o próximo meio século. A linguagem que Tillerson utilizou para descrever a rela??o bilateral, assinala que a administra??o Trump procura uma rela??o win-win com a China. Após os encontros com líderes chineses, Mark Toner, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, explicou que a era inten??o de Tillerson enviar uma mensagem de que os EUA est?o prontos a desenvolver uma rela??o cooperativa, produtiva e com os olhos postos no futuro com a China.
Ao adotar a linguagem da China, Tillerson advoga um novo modelo de rela??es entre potências, anteriormente proposto pelo presidente Xi Jinping. Xi e o seu homólogo de ent?o, Barack Obama, concordaram em enveredar por um novo modelo de rela??es entre potências após o seu encontro em Sunnylands, na Califórnia, em 2013. O uso deliberado da linguagem da China é um sinal positivo de que a administra??o Trump quer evitar o fado tradicional da tragédia entre potências mundiais. O novo modelo abandona a obsoleta estratégia de garantir a manuten??o de poder e influência, e assegura que todos os países s?o vistos de modo igualitário no cenário mundial.
Alguns meios de comunica??o ocidentais noticiaram que a visita de Tillerson a Beijing fora uma vitória para a China. Pelo contrário, foi uma vitória para o desenvolvimento das rela??es bilaterais. Os esfor?os para conter a China podem soar apelativos para os que pretendem conter o crescimento pacífico da China, para que os EUA obtenham de novo o estatuto de superpotência global, mas tais esfor?os apenas tornam a coopera??o menos provável de obter frutos no final. A aceita??o do novo modelo é a única escolha correta para ambos os países. No sentido de garantir a paz e prosperidade duradouras, Tillerson deve continuar a mover esfor?os para desenvolver as rela??es China-EUA ao mesmo nível.
Embora Tillerson tenha deixado em aberto um ambiente positivo para o desenvolvimento das rela??es, alguns expressaram a sua reserva. Em um artigo publicado no Washington Post, Bonnie Glaser, conselheira para a ásia e diretora do China Power Project na CSIS, criticou a escolha de palavras de Tillerson, especialmente o uso do “respeito mútuo”, pois tal afirma??o significa, no seu entendimento, que os EUA aceitam os interesses fundamentais da China em detrimento dos interesses americanos. Esta conclus?o é baseada na assun??o de que a China n?o tem inten??o de cumprir a sua parte, e que os EUA s?o e devem permanecer como a única autoridade mundial. O respeito mútuo é uma estrada de duas vias, e é do interesse de longo prazo de ambas as partes desenvolver rela??es com base no respeito pelas metas fundamentais um do outro. Passos sólidos rumo a uma ordem internacional mais democrática n?o representam uma vitória para a China e uma derrota para EUA, antes se assumem como uma vitória para ambos.
Durante o seu encontro de 30 minutos, Xi e Tillerson discutiram o progresso das rela??es sino-americanas, tendo Tillerson informado que o presidente Trump está antecipando o encontro com o presidente Xi para o diálogo frente a frente. Desse modo, ambos poder?o discutir os la?os bilaterais para o próximo meio século e planejar a coopera??o integral.
Na sua primeira vez na China em fun??es, Tillerson recebeu críticas por aceitar o novo modelo, mas trata-se de um “ganha-ganha” para os dois países e para a comunidade global. Que o que muitos especialistas descrevem como a maior rela??o bilateral, seja guiada por um entendimento comum e pela continua??o do desenvolvimento numa dire??o avessa ao conflito e ao confronto, antes se reja pelo respeito e pela coopera??o de benefício mútuo por muitos anos.