Beijing, 5 mai (Xinhua) -- Uma menina laosiana que n?o tem todos os dentes, uma cambojana que deixou a escola, um sírio dilacerado pela guerra em Aleppo (...). Superficialmente, eles parecem ter pouco em comum. Mas suas vidas se tornaram entrela?adas ao longo do Cintur?o e Rota de uma forma que nunca poderiam ter imaginado.
A China prop?s a Iniciativa do Cintur?o e Rota em 2013 com o objetivo de construir uma infraestrutura e redes de comércio para tirar vilas, cidades e países da pobreza e trazer mais prosperidade para as jurisdi??es mais ricas ao longo de seu percurso. O Cintur?o Econ?mico da Rota da Seda e a Rota da Seda Marítima do Século 21 dever?o conectar países e povos na ásia, áfrica e Europa ao longo das antigas rotas comerciais.
NOVO DENTE, NOVO PO?O
A sorridente Anuo, a garota laosiana de 12 anos que agora tem seus dois dentes da frente de volta, está feliz e contente.
"Eu pare?o muito mais feliz ao sorrir agora", disse Anuo, que vive em Hakai, próximo ao rio Nam Mang.
Há mais de três anos, ela perdeu metade de um dente superior durante uma luta com um peixe-gato capturado por seu tio. Outro dente foi perdido quando ela caiu na estrada lamacenta após uma forte chuva.
Os dentes frouxos, frágeis e amarelos dos moradores locais s?o devido a água turva e suja retirada do único po?o durante a seca. Ainda assim, a quantidade de água é insuficiente para a aldeia.
No entanto, houve uma tremenda mudan?a quando uma empresa chinesa construiu a esta??o hidrelétrica Nam Mang Rio 1, cavando um novo po?o e melhorando a estrada principal da aldeia, gratuitamente.
Outra surpresa para Anuo foram os exames físicos gratuitos para os alde?es concecidos pela companhia elétrica Dongfang. Foi ent?o que Anuo recebeu os novos dentes da frente.
"O peixe que minha m?e cozinha agora também é gostoso, mesmo na época da seca", diz Anuo.
Como Anuo, milh?es em todo o mundo est?o se beneficiando diretamente dos projetos da Iniciativa do Cintur?o e Rota. A companhia elétrica Dongfang finalizou o projeto de energia do rio Nam Mang em 2016.
UM CAMINHO EM MEIO A GUERRA
A estrada de Aleppo até a cidade portuária de Latakia, no noroeste da Síria, destruída pela guerra, era áspera com solavancos e buracos. Nela, passava um caminh?o dilapidado com buracos de bala e riscos de estilha?os. Ao volante, um motorista que n?o podia estar mais preparado para qualquer situa??o de emergência.
De repente, uma bomba explodiu pela estrada. Ameer Anis, 32, fez uma súbita tentativa de escapar da morte. Ele se lembra da sorte que teve quando o caminh?o permaneceu em boas condi??es junto com sua carga, quase uma tonelada de sabonetes sólidos que ele ajudou a fazer.
A estrada era realmente dura, mas n?o mais do que a vida que Anis e outras famílias sírias estavam tendo em meio a guerra.
Os sabonetes de azeitona de Aleppo, artesanato sírio tradicional, tinham como destino a cidade de Tianjin, a cerca de 7.000 km de distancia. Li Jianwei, um empresário chinês baseado na cidade portuária a cerca de 120 km a sudeste da capital chinesa Beijing, fez este pedido e muitos outros anteriomente.
Li encontrou o sab?o artesanal de Aleppo durante uma viagem no ano de 2000 para a Síria, e desde ent?o é f? do produto. Ao comprar o produto falsificado em 2015, ele decidiu importar o sabonete autêntico para venda on-line.
Do Rio Haihe de Tianjin até o Mar de Bohai; do Mar do Sul da China até o Mar da China Meridional; do Estreito de Malacca, além do Oceano índico; do Mar Vermelho e da Latakia pelo Mediterraneo, estende-se a antiga rota da seda marítima.
Gra?as as encomendas de sab?o da China, os irm?os Anis n?o tiveram que deixar suas casas.
UM IDIOMA PARA A MUDAN?A
A vida teve uma virada repentina quando uma doen?a séria abateu Chamraeun Sreytouch e for?ou a estudante a deixar o ensino secundário por cinco anos. O fato também privou sua família de um bem-estar econ?mico.
No entanto, a vida mudou quando ela ouviu o conselho de seu pai para estudar em uma escola elementar de língua chinesa no campo de sua cidade natal, na província de Kandal. Ela n?o estava totalmente recuperada, mas sentia-se fortemente obrigada a ganhar dinheiro para sustentar a família. Muitos chineses vieram para abrir fábricas, e fazer trabalho de tradu??o para eles seria um trabalho decente, disse seu pai idoso.
A vida mudou novamente a partir desse ponto. Aprender chinês foi divertido e trouxe esperan?a para a jovem Khmer.
Ela ingressou na conhecida escola chinesa Duan Hua (Toun Fa), baseada na capital Phnom Penh, e mais tarde na Universidade Real de Phnom Penh.
Devido a sua excelência acadêmica, ela teve a oportunidade de completar seus dois últimos anos de faculdade estudando na Universidade Dali, na província de Yunnan, no sudoeste da China.
Chamraeun teve ent?o uma ideia. Por que n?o ajudar mais cambojanos a aprender chinês para melhorar suas chances de ter uma vida melhor? Após a gradua??o, ela abriu a Escola de Língua Chinesa Pei em sua cidade natal. Com o desejo de continuar aprendendo, a diretora é agora uma estudante no Instituto Confúcio em Phnom Penh e tem o objetivo de ir para a China para estudos de pós-gradua??o.
Ela poderia ter desistido da ideia de estudar ou indo trabalhar em uma fábrica ou restaurante, diz ela. Em vez disso, ela é uma dos mais de 5 milh?es de alunos registrados em mais de 1.500 Institutos Confúcio e salas de aula em 140 países ao redor do mundo.
A MUDAN?A DE KUVATOV ATRAVéS DA LUTA E DO LáPIS
Para Timur Katayamovich Kuvatov, praticar duas horas de Kung Fu chinês tem sido uma rotina diária, além de proporcionar alívio do estresse de seu trabalho como presidente e editor-chefe da agência de notícias Kazakhstan Today.
Mas ele n?o é conhecido por seu trabalho na agência. Em vez disso, ele ficou famoso ao ganhar medalhas em competi??es de artes marciais no Cazaquist?o, na ásia e no mundo, e como treinador-chefe da equipe nacional de artes marciais.
Kuvatov fez uma mudan?a de carreira em meio à consequência econ?mica da independência do Cazaquist?o da Uni?o Soviética. Ele rapidamente seguiu a carreira na área de notícias. No entanto, para Kuvatov a prática de Kung Fu provou ser sua verdadeira paix?o, e ele desejava avan?ar em suas habilidades.
Aos 40 anos de idade, Kuvatov decidiu come?ar a aprender chinês para compreender melhor a cultura da China e as raízes do Kung Fu. "O Kung Fu n?o é apenas um esporte, mas também uma filosofia", diz ele.
Nos últimos anos, Kuvatov testemunhou mais amigos viajando para a China e mais viajantes chineses e empresas indo para o Cazaquist?o. Ele acredita que a Iniciativa do Cintur?o e Rota da China, da qual o Cazaquist?o é um participante, levará a um aumento das trocas culturais bilaterais entre empresas e pessoas.
Ele também percebe que uma tendência de Kung Fu está ganhando terreno entre os jovens cazaques, algo que Kuvatov está muito feliz em ver.
(Repórteres da Xinhua Zhao Yu, Xinlong Ji, Feng Junyang, Zhou Liang e Wang Yachen também contribuíram para esta história.)