Washington, 18 mai (Xinhua) -- O presidente dos EUA, Donald Trump, e seu colega turco, Recep Tayyip Erdogan, comprometeram-se nesta ter?a-feira a repararem as rela??es bilaterais repletas de dificuldades no passado. No entanto, as diferen?as entre os dois lados ainda é profunda.
Falando na Casa Branca com Erdogan, Trump saudou o povo turco como "amigos e aliados de muitas décadas" dos Estados Unidos e prometeu apoio à luta turca contra o Estado Islamico (ISIS) e um grupo militante curdo conhecido como PKK.
No entanto, a promessa foi feita em um momento em que os Estados Unidos e a Turquia est?o envolvidos em uma grande divergência sobre a decis?o recente do governo Trump de armar os curdos sírios, uma for?a-chave na luta contra o ISIS na Síria.
Atualmente, a coaliz?o liderada pelos Estados Unidos contra o ISIS está apoiando as For?as Democráticas da Síria (SDF), formadas principalmente por curdos de Unidades de Prote??o do Povo (YPG) e alguns árabes locais.
Também na véspera do encontro de Erdogan com Trump, o Pentágono estava se preparando para continuar a armar os curdos sírios com armas antitanques.
Enquanto as armas antitanque podem ser usadas para frustrar ataques suicidas feitas com uso de caminh?es, o armamento também pode ser usado para atacar tanques turcos na Síria.
O governo turco deixou clara sua obje??o ao armamento norte-americano dos curdos do YPG, a quem Ancara tem, há muito tempo, considerado como o ramo sírio do PKK.
Antes do encontro de Erdogan com Trump, o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, disse aos membros do partido que a coopera??o dos EUA com os curdos da Síria "n?o é algo aceitável" para a Turquia.
Durante a sua conferência de imprensa conjunta com Trump, Erdogan salientou que grupos militantes como o PKK e YPG "nunca ser?o aceitos".
"Nunca devemos permitir que esses grupos manipulem a estrutura religiosa e a estrutura étnica da regi?o, fazendo do terrorismo um pretexto ou uma desculpa", acrescentou.
De acordo com Steven Cook, pesquisador sênior para o Oriente Médio e Estudos Africanos no Conselho de Rela??es Exteriores, a quest?o de armar o YPG pelos EUA estava entre as principais prioridades na agenda de Erdogan.
"Eles entendem esta atitude como os Estados Unidos se colocando do lado dos terroristas e apoiando um Estado terrorista na fronteira com a Turquia", disse Cook em um briefing com os repórteres.
"O presidente Erdogan esperava que ele pudesse tornar mais claro ao presidente Trump que esta ordem (de armar os curdos sírios) que o presidente Trump assinou é equivocada", acrescentou.
Embora n?o se saiba se Trump irá alterar o curso de armamento dos curdos sírios, a recente resposta do Departamento de Estado dos EUA e do Pentágono indicou que um consenso havia sido alcan?ado através da administra??o Trump para armar os curdos sírios na luta contra o ISIS.
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