Por Rita Zhang e Andreia Carvalho
Manuel Porto, professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, encontra-se na China para participar o 10o Simpósio de Talentos de Alto Nível, realizado na cidade litoral de Qingdao.
Em entrevista ao Diário do Povo Online, Manuel Porto afirmou estar totalmente de acordo com a constru??o de uma economia global aberta, defendida pela China e pelo G20, que se reuniu recentemente em Hamburgo.
“A China é um bom exemplo de que o crescimento foi maior com a abertura do que com o protecionismo. Quando a China se come?ou a abrir, come?ou a crescer”, afian?ou
O professor explicou o papel dos espa?os regionais, da Uni?o Europeia, ou do Mercosul, ou outros, como espa?os de internacionaliza??o que n?o contrariam a abertura do comércio mundial. “Quando criamos espa?os regionais, é uma maneira de aproximar as economias e isto é bom para nós e para a globaliza??o”.
Referindo a atual situa??o do Brexit, relacionada com a chegada de imigrantes à Gr?-Bretanha, Manuel Porto defendeu que a imigra??o pode também ser vista como uma oportunidade de desenvolvimento.
“A vinda de imigrantes é um enriquecimento (…) há muitos países que cresceram devido aos imigrantes. As novas potências, o Brasil, os EUA, têm imigrantes”, afirmou.
A Europa preocupa-se agora com a chegada de 800 mil imigrantes da Síria, e outros países vizinhos, para uma popula??o de 507 milh?es de habitantes. “Em Portugal, depois da descoloniza??o de 1975, regressaram ao país 800 mil retornados de áfrica, para uma na??o de 9 milh?es. E foi um enriquecimento para o país. As pessoas s?o necessárias para o desenvolvimento da economia”, exemplificou.
Quanto à globaliza??o, Manuel Porto deu alguns exemplos de conhecidos cujo percurso é impulsionado pela globaliza??o, seja por motivos académicos, nas universidades no exterior onde tra?am amizades com pessoas provenientes de outros países, seja por motivos profissionais, que se deslocam a outras partes do mundo para exercer fun??es.
“Estamos aqui 4 falantes de português, 2 de Portugal, um de Cabo Verde e uma do Brasil. E é curioso esta liga??o que se cria aqui na China.”
Manuel Porto referiu que visitou a China várias vezes, para dar aulas em Macau e durante os 10 anos de deputado no Parlamento Europeu, no qual fazia parte da delega??o oficial com a China.
“Vim à China oficialmente 3 vezes. E estive na China durante as negocia??es da transi??o de Hong Kong e Macau”.
Além dos motivos profissionais, o professor tem familiares a residir na China. “Tenho uma filha a viver em Macau, e 3 dos meus netos falam mandarim, por isso tenho uma liga??o muito forte à China”.