Kuala Lumpur, 25 jul (Xinhua) -- O crescimento da China continuará a ser um dos principais motores para uma recupera??o firme da economia mundial, disse na segunda-feira o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Maurice Obstfeld, conselheiro econ?mico e diretor de pesquisa do FMI, fez os comentários em uma entrevista exclusiva à Xinhua no momento em que o FMI revisou as previs?es de crescimento da China de 2017 e 2018 para 6,7% e 6,4%, respectivamente.
O relatório atualizado da Perspectiva Econ?mica Mundial, publicada na segunda-feira em Kuala Lumpur, capital da Malásia, que veio dias depois que a China divulgou seu desempenho do segundo trimestre mais forte do que o esperado, foi uma reflex?o do primeiro trimestre sólido apoiado pelo alívio político anterior e reformas no lado da oferta, incluindo os esfor?os para reduzir o excesso de capacidade no setor industrial, informou o FMI.
"Observamos um crescimento muito forte e, especialmente, mais longe que nossa atualiza??o, o número do segundo trimestre de 6,9% também supera a expectativa. Claramente o crescimento está avan?ando", assinalou Obstfeld.
"O forte crescimento chinês impulsiona o crescimento, particularmente na regi?o asiática, mas também em todo o mundo", segundo ele, notando que a China é um grande contribuidor para o crescimento geral e tem um efeito de arrasto muito extenso para a economia mundial.
Como a China está transformando sua economia do setor tradicional de manufatura aos setores orientados por servi?os e consumo, sua transforma??o estrutural e o reequilíbrio econ?mico devem diminuir a taxa de crescimento e p?r o crescimento em uma base mais firme ao longo do tempo, indicou o economista-chefe.
"é muito significante para a economia mundial que a China n?o apenas cres?a a uma taxa forte, como também cres?a de forma estável, uma forma confiável sem grandes flutua??es", destacou Obstfeld.
O economista expressou as preocupa??es do FMI com o crescimento impulsionado por crédito da China e algumas vulnerabilidades em seus sistemas financeiros que podem desacelerar o crescimento, mas também apontou que o governo chinês está reconhecendo claramente essas quest?es e tomou a??es concretas.
A recente coordena??o intensificada entre o Banco Popular da China e o Conselho de Estado na supervis?o financeira "é um grande avan?o" que levará a uma supervis?o mais efetiva dos mercados financeiros, acrescentou.
A China anunciou que estabelecerá um comitê subordinado ao Conselho de Estado para supervisionar a estabilidade financeira e o desenvolvimento durante a recente Conferência Nacional de Trabalho Financeiro.
Obstfeld disse que a China entrou no debate de globaliza??o de forma positiva, o que ajudará n?o só as principais economias como também outros países.
Ele indicou que a China pode tomar medidas concretas para promover o sistema global e que a Iniciativa do Cintur?o e Rota é "muito importante" nesse contexto.
Proposta pelo presidente chinês Xi Jinping em 2013, a Iniciativa do Cintur?o e Rota, incluindo o Cintur?o Econ?mico da Rota da Seda e a Rota da Seda Marítima do Século 21, tem como objetivo construir redes de infraestrutura e comérico que conectam a ásia com a áfrica e a Europa ao longo e além das antigas rotas comerciais.
A iniciativa n?o só promete uma série de investimentos proveitosos na infraestrutura, como também cortará o custo comercial entre partes muito importantes do mundo, o que promove o comércio internacional e a prosperidade em toda a Eurásia, acrescentou.