Por correspondente da Xinhua, Zhang Qichang
S?o Paulo, 21 ago (Xinhua) -- Todos os momentos do concurso de língua chinesa "Chinese Bridge" que aconteceu há cinco anos ainda est?o vivos para Rafael Papageorgiou, campe?o brasileiro daquele ano.
"A língua chinesa tem me trazido muitas oportunidades desde quando eu comecei a aprendê-la, e a China já se tornou uma parte indispensável na minha vida", disse.
Rafael, natural de Porto Alegre e chamado pelos amigos chineses de Hafa, em referência a Rafa, teve seu primeiro encontro com o idioma em 2010. Segundo o estudante gaúcho da História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tudo come?ou com a vontade de conhecer a cultura chinesa, que lhe parecia t?o distante e misteriosa. Desde ent?o, ele se apaixonou pela língua e cultura chinesas e a sua vida tomou um rumo inesperado.
"Passava pelo menos 8 horas por dia aprendendo chinês, aproveitava para conversar com os alunos chineses na UFRGS e comprei quase todos os materiais de mandarim no Brasil", disse Rafael
"O mandarim é difícil mas quero aprender mais. A aprendizagem do idioma me deixa com sentimentos de realiza??o."
Após dois anos de aprendizagem, chegou a um ponto de virada do Rafael. No primeiro semestre de 2012, foi estabelecido o Instituto Confúcio da UFRGS. Com a indica??o do Instituto, Rafael se inscreveu no concurso "Chinese Bridge" do ano.
Rafael lembrou na sec??o de demonstra??o artística, cantou Long De Chuan Ren, traduzida como Descendentes do Drag?o, uma das suas can??es chinesas prediletas. "O mais importante que ganhei no concurso n?o foi o título de campe?o, mas foi que consegui uma bolsa para estudar na China no ano seguinte", disse.
Rafael passou um ano estudando na Universidade Nankai em Tianjin, no norte da China e chegou a se sentir mais próximo à sociedade, cultura e povo da China. "O povo chinês é honesto, receptivo e trabalhador. Durante aquele ano, eu comecei a ler a literatura chinesa e fiquei fascinado. Sempre acho que a literatura é uma porta para chegar à alma de uma na??o", disse.
O jovem brasileiro tem no seu arquivo obras de Yu Hua, San Mao, Han Han, entre outros, e atualmente está lendo Analectos de Confúcio. "Nos texto de Confúcio se encontram os valores universais. Por exemplo, o respeito pelo pais, uma virtude que todo mundo tem que valorizar", afirmou.
Após o retorno da China, o campe?o brasileiro da língua chinesa optou por trabalhar em uma empresa chinesa em S?o Paulo e criou um canal de ensino de mandarim no YouTube, Chinês Já. Segundo ele, o canal é destinado para quem estiver interessado em aprender mandarim mas n?o tiver tempo ou capacidade financeira para fazer cursos. "Quero dizer que n?o é difícil aprender mandarim desde que você fa?a esfor?os."
Em rela??o ao futuro, Rafael tem o seu "sonho chinês". Ele espera um dia poder voltar para estudar e trabalhar na China e sentir de perto as grandes mudan?as que a China está passando.