Por Paulo Wrobel
O mecanismo do BRICS totaliza já 10 anos de existência, durante os quais o bloco, composto por cinco países emergentes, está amadurecendo e oferece uma solu??o mais prática para as quest?es políticas e econ?micas do mundo.
Após o progressivo desenvolvimento assinalado ao longo dos anos, a coopera??o do BRICS superou já as dimens?es inicialmente estabelecidas para as áreas econ?mica e comercial. Os cinco países membros aprofundaram o reconhecimento mútuo e garantiram rela??es de complementaridade, com base na obten??o de benefícios recíprocos, o qual n?o só se reflete ao nível governamental, mas também na esfera social; n?o apenas nos domínios político e econ?mico, mas também nas trocas culturais, entre outros.
A título de exemplo, o bloco é responsável pela cria??o de dois mecanismos de coopera??o multilateral no ensino superior - a Liga das Universidades dos BRICS e a Universidade em Rede dos BRICS, ambas favoráveis à realiza??o de pesquisas conjuntas e à forma??o de talentos, oferecem uma nova plataforma de lan?amento do diálogo multilateral e da coopera??o entre todos os membros.
Durante os últimos 10 anos, o peso dos cinco membros na economia mundial aumentou de 12% para 23%. Atualmente, o seu contributo para o crescimento da economia global é de mais de 50%. A escala do crescimento da economia chinesa veio acarretar uma influência significativa para outros membros do BRICS em áreas como o comércio e o investimento.
A China rege-se pelo pragmatismo e sensatez nos assuntos internacionais, construindo “pontes” entre países, ao invés de erigir “muros”.
O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), criado pelos BRICS, é também uma iniciativa inovadora. O NBD concretizou uma inova??o institucional, através da atribui??o de direitos equitativos de vota??o e desenvolvimento. Como instrumento importante na reforma da governan?a global, o NBD pode ajudar a quebrar as limita??es dos mecanismos monetários e financeiros do Ocidente.
Enquanto institui??o representativa, simultaneamente, dos países emergentes e em desenvolvimento, desde a primeira cúpula, o BRICS tem vindo a apoiar a multipolariza??o mundial e a democratiza??o das rela??es internacionais. A ambi??o conjuta do grupo é que a cúpula de Xiamen atribua mais voz a estes países, tendencialmente relegados para segundo plano na governan?a global.
O alargamento do BRICS proposto pela China, demonstra a inclus?o e abertura do bloco. Num cenário mundial crescentemente adepto do protecionismo, o “BRICS Plus” pode representar um novo modelo da integra??o econ?mica global, oferecendo uma plataforma de inclusividade.
Além disso, os BRICS poder?o também servir de charneira entre os países ricos e subdesenvolvidos.
O mundo de hoje enfrenta vários desafios e incertezas, os quais, em certo grau, conferem credibilidade à presen?a do BRICS na governan?a global, atribuindo ao mecanismo a possibilidade de operar de forma mais abrangente.
Espero que a cúpula de Xiamen possa dar início à segunda “década de ouro” da coopera??o do BRICS, e acredito que a China possa vir a desempenhar a cada dia um papel mais importante no bloco.
(O autor é o pesquisador do BRICS Policy Center e professor do PUC-Rio)
Fonte: Diário do Povo (traduzido da vers?o em mandarim)