Organiza??o das Na??es Unidas, 7 set (Xinhua) -- O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, condenou nesta ter?a-feira o recente teste nuclear da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), o sectarismo em Mianmar e fez um "sério apelo" sobre as mudan?as climáticas após desastres naturais sem precedentes que afetaram o globo.
Sobre a Coreia do Norte, ele disse a repórteres na sede da ONU: "Devemos promover o diálogo e a comunica??o necessários para evitar erros de cálculo e mal-entendidos" que o confronto "pode levar a consequências involuntárias".
O chefe da ONU falou sobre três quest?es mais urgentes que o mundo enfrenta no início do debate geral anual da Assembleia Geral da ONU que se inicia em duas semanas.
Guterres disse: "A solu??o deve ser política", e advertiu, "as consequências potenciais da a??o militar s?o terríveis".
"Como secretário-geral, estou pronto para apoiar todos os esfor?os para uma solu??o pacífica desta situa??o alarmante", disse ele.
Quando perguntado qual é a amea?a mais séria no mundo de hoje, o chefe da ONU disse que era "a amea?a nuclear da Coreia do Norte".
Ele condenou os últimos testes de mísseis nucleares realizados pela RPDC, dizendo que est?o desestabilizando profundamente a seguran?a regional e internacional".
Guterres endossou a unidade do Conselho de Seguran?a, chamando-a de "crucial para enfrentar a crise e que a unidade também cria uma oportunidade de se envolver diplomaticamente para diminuir as tens?es, aumentar a confian?a e evitar qualquer escalada militar".
Sobre os ataques sectários aos Rohingyas, o chefe da ONU disse: "Estou profundamente preocupado com a situa??o de seguran?a, humanitária e de direitos humanos no estado de Rakhine, em Mianmar".
A comunidade internacional deve empreender esfor?os concertados para evitar novas escaladas e buscar uma solu??o holística, disse ele. "As autoridades de Mianmar devem tomar medidas decididas para p?r fim a esse círculo vicioso de violência e fornecer seguran?a e assistência a todos os necessitados. Fa?o um apelo pela garantia a um acesso humanitário sem obstáculos para opera??es de alívio que salvam vidas".
Guterres também pediu um plano de a??o imediato para abordar as causas profundas da crise.
Ele disse que será crucial dar aos Rohingyas, - os mu?ulmanos que vivem em uma na??o budista - seja a nacionalidade ou um status temporário pelo menos legal que lhes permita ter uma vida normal, incluindo liberdade de circula??o e acesso aos mercados de trabalho, educa??o e servi?os de saúde.
O governo de Mianmar diz que os imigrantes ilegais Rohingyas s?o do país vizinho Bangladesh.
Quase 125 mil pessoas, vítimas de sofrimento insuportável e desespero, buscaram refúgio em Bangladesh. Muitas pessoas perderam a vida tentando fugir da violência, disse Guterres. As queixas e as dificuldades n?o resolvidas dos Rohingyas se prolongaram por muito tempo e est?o se tornando um fator inegável na desestabiliza??o regional.
Ele agradeceu ao governo de Bangladesh por sua decis?o de permitir que os refugiados entrem no país e encorajou-o a atender às necessidades dos recém-chegados. As Na??es Unidas est?o e continuar?o totalmente empenhadas em ajudar.
Guterres também pediu a plena implementa??o das recomenda??es de um relatório da Comiss?o Consultiva sobre Rakhine, liderado pelo ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
Guterres disse também que a organiza??o mundial "está pronta para apoiar os esfor?os de socorro de qualquer maneira possível" para aqueles que sofrem com os desastres naturais, e também é tempo de "construir resiliência e reduzir o risco de desastres naturais".
"O número de catástrofes naturais quase quadruplicou desde 1970," afirmou. "Os Estados Unidos, seguido por China e índia têm experimentado o maior número de desastres desde 1995 e só no ano passado 24,2 milh?es de pessoas foram deslocadas por desastres súbitos, três vezes mais do que por conflitos e violência."
"Mesmo antes das inunda??es recentes, os relatórios preliminares para este ano mostram que houve 2.087 mortes por desastres naturais," disse ele.
"é verdade que os cientistas alertam contra a liga??o de um único evento com as mudan?as climáticas," disse o secretário-geral. "Mas, eles s?o igualmente claros que esse clima extremo é precisamente o que seus modelos preveem será o novo normal de um mundo em aquecimento. Com a ciência prevendo um aumento dramático na frequência e gravidade dos desastres, é hora de levar a sério a manuten??o das altas ambi??es sobre a a??o climática e sobre a constru??o de resiliência e redu??o do risco de desastres naturais".
Questionado se a sua mensagem sobre as mudan?as climáticas foi dirigida ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - que retirou seu país do Acordo de Paris sobre mudan?as climáticas no início deste ano - Guterres respondeu: "Estamos totalmente comprometidos com o acordo de Paris e esperamos que todos os países entendam que n?o é apenas o certo fazer isso, mas também é a coisa inteligente a se fazer porque a economia verde é a economia do futuro".