Por Su Xiaohui

Pyongyang

O caos na Península Coreana representa um incómodo para todo o mundo. A Coreia do Sul lan?ou na última sexta-feira um míssil balístico Hyunmoo-2 em resposta do lan?amento de um míssil pela República Popular Democrática da Coreia (RPDC).

Perante o agravamento da tens?o na regi?o, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson apelou à China e à Rússia para adotarem “a??es diretas” contra a RPDC, considerando que os dois países s?o, respetivamente, o fornecedor da maior parte do petróleo e o maior empregador de trabalhadores for?ados deste país.

De fato, os EUA e seus aliados têm instado incessantemente a China a tomar uma maior responsabilidade e a aplicar mais medidas coercivas na quest?o da Península Coreana. A chamada “teoria da responsabilidade da China” é, na verdade, um sequestro moral. Devido ao fato da China tem uma política divergente dos EUA na quest?o, Washington acusa Beijing de “n?o se responsabilizar” ou até de “indulgenciar a RPDC”. A verdade é que a China nunca aceitou essa “responsabilidade for?ada”.

A postura da China reside na insistência de um princípio justo e objetivo. A RPDC violou gravemente as resolu??es do Conselho de Seguran?a (CS) da ONU com o seu novo teste nuclear, incorrendo numa a??o que ignorou a oposi??o da comunidade internacional. A China concordou em interceder a favor da posi??o do CS, que aprovou a resolu??o 2375 no dia 11 de setembro. Tal reflete a unanimidade dos seus membros de manter a paz e estabilidade na Península, a favor da desnucleariza??o da regi?o e da salvaguarda do sistema de n?o prolifera??o nuclear.

Concomitantemente, a China frisou que as medidas sancionatórias devem evitar ao máximo alcan?ar uma influência negativa no povo norte-coreano. As medidas n?o dever?o também afetar as trocas comerciais legais do país com países estrangeiros, bem como a vida normal do povo e a situa??o humanitária. As san??es devem ter como objetivo conter o desenvolvimento de mísseis do país, ao invés de derrubar o regime de Pyongyang.

A China reiterou por várias ocasi?es que a resolu??o da ONU deve ser cumprida de forma completa e integral. Por um lado, a China irá cumprir a resolu??o em quest?o, por outro, o país asiático defende que as san??es s?o apenas uma parte da resolu??o da ONU, n?o sendo a única medida possível para resolver a quest?o. N?o podem ser ignorados os itens vinculados à retomada das negocia??es em busca de uma solu??o pacífica.

A China nunca apoiou a obten??o de armas nucleares por parte da RPDC, mas alertou também os EUA e seus aliados a n?o perturbarem a situa??o regional. A China espera manter o contato permanente com os EUA em torno da quest?o, esperando que Washington n?o vincule o comércio à quest?o nuclear da Península Coreana, por forma a n?o afetar as rela??es sino-americanas.

(A autora é a vice-diretora do Instituto da Estratégia Internacional da Academia dos Estudos Internacionais da China)