O secretário-geral das Na??es Unidas, António Guterres, destacou na ter?a-feira o “perigo nuclear” perante a Assembleia Geral da organiza??o, no dia em que o seu debate anual teve início.
“Atualmente, as ansiedades globais em torno das armas nucleares est?o no nível mais alto desde o final da Guerra Fria”, disse.
“Milh?es de pessoas vivem na sombra criada pelos testes nucleares e de mísseis provocatórios levados a cabo pela República Popular Democrática da Coreia”, acrescentou.
“Eu condeno esses testes inequivocamente”, disse Guterres.
Durante o seu relatório de trabalho anual para a Assembleia Geral, Guterres disse que “o nosso mundo está em perigo. Há pessoas em sofrimento e raiva. Eles veem a inseguran?a a crescer, a desigualdade a crescer, o conflito a espalhar-se e o clima a mudar”.
Guterres listou algumas das amea?as mais sérias que o mundo enfrenta, incluindo o perigo nuclear, o terrorismo, conflitos por resolver, viola??es sistemáticas da lei humanitária internacional e altera??es climáticas.
“O uso de armas nucleares deve ser impensável. Mesmo a amea?a do seu uso n?o pode ser perdoada”, vincou.
“Apelo à RPDC e a todos os estados membros para seguirem as resolu??es do Conselho de Seguran?a”, prosseguiu.
O secretário-geral disse que a ado??o unanime da resolu??o 2375 da semana passada “refor?a as san??es e envia uma mensagem clara no que concerne às obriga??es internacionais do país”.
“Apelo ao Conselho para manter a sua unidade”, disse Guterres, acrescentando que “apenas essa unidade pode levar à desnucleariza??o da Península Coreana e — como a resolu??o o aponta — criar uma oportunidade para o processo diplomático resolver a crise”.
Uma vez mais, o líder da ONU reiterou que a solu??o “tem de ser política. Esta é uma época para a diplomacia”.
“N?o devemos sonambular para uma Guerra”, avisou.
Relativamente à amea?a terrorista, Guterres disse que “nada justifica o terrorismo — nenhuma causa, nenhuma queixa”.
“O terrorismo continua a tomar propor??es cada vez maiores de morte e devasta??o”, apontou, indicando que “está destruindo sociedades, desestabilizando regi?es e divergindo energias de metas mais produtivas”.
Referindo-se à crise humanitária no estado de Rakhine no Myanmar, Guterres enfatizou que “as autoridades no Mianmar têm de terminar as opera??es militares, permitir o acesso desobstruído de ajuda humanitária e reconhecer o direito dos refugiados de regressarem em seguran?a e dignidade”.
“N?o iremos ser capazes de erradicar o terrorismo se n?o resolvermos os conflitos que est?o criando a desordem na qual extremistas violentos despontam”.
Quando às altera??es climáticas, António Guterres disse que “milh?es de pessoas e trilh?es de ativos est?o em risco devido ao aumento do nível das águas e outros distúrbios climáticos”.
“N?o devemos associar cada evento climático com as altera??es climáticas. Mas os cientistas s?o unanimes em afirmar que tais episódios climáticos extremos s?o precisamente o que os seus modelos preveem que venha a ser a normalidade de um mundo cada vez mais quente”.
O líder da ONU urgiu aos governos para implementarem o Acordo de Paris com a maior das ambi??es, anuindo que está recetivo a iniciativas dos milhares de empresas privadas, incluindo empresas petrolíferas e de gás que apostam num futuro limpo e verde.
![]() |