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Por Marcos de Oliveira
Quem desembarca no recém-ampliado e modernizado aeroporto de Dunhuang, província de Gansu, noroeste da China, nota uma estrutura preparada para receber o crescente fluxo de turistas e muito mais. As amplas estradas que ligam o aeroporto à cidade de pouco menos de 200 mil habitantes mostram uma capacidade muito superior ao movimento atual. às margens das amplas avenidas, o deserto é pacientemente domado: pequenos lotes de terrenos v?o sendo cercados com árvores para barrar o vento e a areia, e no interior nasce o verde, inclusive muitas flores. A história de Dunhuang remonta a cerca de 2000 a.C. Seu passado está ligado à Rota da Seda, fantástico fluxo comercial e cultural que ligava ásia à Europa. O oásis fica na confluência dos dois principais caminhos que vinham do Oeste, atravessando o deserto de Taklamakan, na ponta ocidental de outro deserto, o de Gobi. Era a primeira cidade da China a receber os viajantes. O seu futuro está ligado à proposta chinesa para reativar a economia mundial, a iniciativa Cintur?o e Rota, ou a nova Rota da Seda.
Dunhuang recebeu na semana passada o Fórum de Coopera??o dos Meios de Comunica??o Um Cintur?o e Uma Rota 2017. Organizado pelo Diário do Povo, pelo Comitê Provincial do PCCh em Gansu e pelo governo provincial de Gansu, o fórum contou com a participa??o de cerca de 300 representantes de 265 meios de comunica??o, provenientes de 126 países e organiza??es internacionais. Da língua portuguesa estiveram presentes a Agência Lusa (Portugal), o Portal Vermelho (Brasil), a Radiotelevis?o Caboverdiana, o jornal angolano O País e o mo?ambicano Jornal Notícias. Este colunista representou o MONITOR MERCANTIL.
A iniciativa Cintur?o e Rota foi proposta pela China em 2013. Quatro anos depois, mostra sinais concretos. Segundo dados do Ministério do Comércio da China, entre janeiro e mar?o deste ano, as empresas chinesas investiram US$ 2,95 bilh?es nos 43 países ao longo do Cintur?o e Rota. Desde 2013, a China investiu mais de US$ 50 bilh?es nestes países. é o eixo central sob o qual se apoiará a China para a promo??o do seu desenvolvimento e a intensifica??o de suas rela??es e intera??es com os outros países, visando a estimular a economia global, que sofre uma acentuada desacelera??o desde a crise financeira de 2008. é a alternativa apresentada para estimular a economia real e deixar para trás a preponderancia do jogo financeiro internacional.
Em palestra no Fórum, Zheng Bijian, ideólogo do projeto de ascens?o pacífica da China a grande potência mundial, apresentou a iniciativa como um momento de virada. Aos 85 anos, o conselheiro dos líderes do PC chinês ressaltou que o conceito é a coopera??o para alcan?ar a nova globaliza??o – que n?o se confunde com a liberaliza??o dos fluxos financeiros e restri??o do poder dos Estados, bases da globaliza??o anglo-sax? que levou o mundo a sucessivas crises e a um beco – para o qual a China prop?e uma saída.
Fonte: Monitor Mercantil