Brasília, 25 out (Xinhua) -- O plenário da Camara dos Deputados iniciou nesta ter?a-feira a análise da denúncia contra o presidente Michel Temer por tentativa de obstru??o de justi?a e associa??o criminosa, apresentada pela Procuradoria Geral da República.
Também foram denunciados por associa??o criminosa os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral).
O procedimento come?ou com a leitura do parecer aprovado na semana passada na Comiss?o de Constitui??o e Justi?a (CCJ), que recomendou a rejei??o da denúncia contra Temer e os ministros.
A expectativa é que a denúncia seja submetida à vota??o do plenário na quarta-feira, depois dos pronunciamentos da defesa e dos deputados inscritos para discursar.
Segundo a Constitui??o brasileira, para que a denúncia seja aceita e enviada ao Supremo Tribunal Federal, s?o necessários 342 votos, equivalentes a dois ter?os do total de 513 deputados.
A base aliada ao governo acredita que terá número suficiente de votos para barrar a segunda denúncia contra Temer, tal como ocorreu com a primeira, rejeitada em agosto.
Para obter o apoio dos parlamentares, Temer mais que dobrou o número de libera??es de emendas parlamentares em outubro, que s?o recursos previstos no or?amento do governo e cuja aplica??o é indicada por deputados e senadores. O dinheiro é usado em projetos e obras nos estados e municípios.
De acordo com dados da Camara dos Deputados divulgados nesta ter?a-feira pelo portal de notícias G1, as emendas individuais, que tinham totalizado R$ 138 milh?es (US$ 42,4 milh?es) em agosto e R$ 273 milh?es (US$ 84 milh?es) em setembro, saltaram para R$ 687 milh?es (US$ 211 milh?es) nos primeiros 23 dias de outubro.
A amplia??o da libera??o das emendas repetiu o ocorrido em maio, quando o valor chegou a R$ 89 milh?es (US$ 27,3 milh?es), um salto imenso em compara??o com os R$ 6 milh?es (US$ 1,84 milh?o) liberados até abril, passando depois para mais de R$ 1,8 bilh?o (US$ 554 milh?es) em junho e R$ 2,2 bilh?es (US$ 677 milh?es) em julho, dias antes da vota??o realizada no inicio de agosto.
Além das emendas, o governo tem atendido a demandas de grupos de deputados,como no caso da chamada 'bancada ruralista', que representa os interesses do agro-negócio, no qual o presidente ordenou a altera??o das regras de fiscaliza??o contra o trabalho escravo, o que gerou grandes protestos no país.