No que concerne ao ambito político, José Augusto Duarte relembrou o “apoio vital” da China para o sucesso da candidatura de António Guterres ao cargo de secretário-geral da ONU, bem como o facto de Portugal ver “com muito respeito aquilo que tem sido a posi??o da China na política internacional, nomeadamente nas quest?es ambientais, e nas quest?es do livre comércio”.
Instado a comentar os avan?os consumados pela China nos últimos 40 anos, efeméride que assinala o início da Política de Reforma e Abertura, o diplomata refere que o percurso efetuado pelo país é repleto de “constata??es” factuais, as quais se prendem com as mudan?as perentórias ocorridas ao longo do período referido.
Tais constata??es, salienta, “precisam de pondera??o e precisam de reflex?o de como é que se chega a este nível de desenvolvimento, prosperidade e inser??o”, de modo a “tirar as devidas ila??es em países onde é necessária essa mesma progress?o”.
Na esfera cultural, a senda de atividades de promo??o da cultura e da língua apoiadas pela embaixada deverá continuar neste mandato, bem como “evoca??es importantes daquilo que é a história antiquíssima da rela??o entre Portugal e a China”.
“O interesse por uma língua e pela cultura também come?a por coisas lúdicas”, asseverou, descortinando a inten??o de trazer mais músicos portugueses para interagirem com alunos chineses de língua portuguesa e com o público geral, algo que, enfatiza, constitui “uma forma de coopera??o, interesse e motiva??o” importante para fomentar a aproxima??o entre ambos os povos.
O mesmo se aplica em sentido inverso, defende, garantindo que irá mover diligências no sentido de, “com patrocínios privados ou com apoios públicos, tentar aproximar mais os jovens chineses dos meus compatriotas portugueses”.
Restam ainda planos para uma maior troca de visitas de altos dignitários chineses a Portugal e em sentido inverso, bem como o refor?o das rela??es de proximidade com a comunidade chinesa residente em Portugal.
Respondendo a algumas quest?es de cariz pessoal, nomeadamente os locais que gostaria de visitar na China, o entrevistado, que entretanto já come?ou a dar os primeiros passos na aprendizagem do mandarim, afirmou em tom bem-disposto: “O problema é que o embaixador, em princípio, só está quatro anos no posto, e a China é imensa!”. Xi’an, Shanghai, Zhejiang, Guangzhou e Harbin, foram alguns dos destinos enumerados.
Por último, desafiamos o embaixador a revelar uma meta pessoal durante a passagem pela China. A resposta? Ambiciosa. “Vou tentar ler todos os escritores chineses, da atualidade, pelo menos, porque com 4000 anos de história, ainda por cima com escrita, é muito difícil, para n?o dizer impossível”.
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