Davos, Suí?a, 25 jan (Xinhua) -- Liu He, diretor do Gabinete Geral do Grupo Dirigente Central para Assuntos Financeiros e Econ?micos, divulgou o planejamento de alto nível da política econ?mica da China para os próximos anos no Fórum Econ?mico Mundial realizado em Davos.
"Em uma palavra, esta política se concentra em uma necessidade chave, uma tarefa principal e três batalhas críticas", disse Liu, que também é membro do Bir? Político do Comitê Central do Partido Comunista da China.
Ele também prometeu que a China se abrirá ainda mais ao mundo de forma geral.
NECESSIDADE CHAVE
Em seu discurso no Fórum Econ?mico Mundial, Liu enfatizou a necessidade de que a economia chinesa transite de uma etapa de rápido crescimento a uma de desenvolvimento de alta qualidade.
"Temos que mudar nosso enfoque de "Está suficiente?" para "Está suficientemente bom?", disse.
Liu assinalou que tal transi??o é o contexto no qual a China formulará suas políticas macroecon?micas, estruturais, sociais e de reforma nos próximos anos.
"A receita per capita da China está subindo dos atuais US$ 8 mil para US$ 10 mil e ainda mais. Em tal etapa de desenvolvimento, a China precisa dar mais ênfase na melhora estrutural em vez da expans?o quantitativa", disse.
Com a maior abertura da China ao mundo, esta transi??o a um novo modelo de desenvolvimento criará enormes oportunidades para muitas indústrias novas.
"Isto significa oportunidades n?o só para empresas chinesas, como também para todo o mundo", disse Liu.
Liu também mencionou alguns dos benefícios tangíveis já obtidos. Neste sentido, a demanda interna da China se expandiu com firmeza e o consumo contribui com 58,8% do crescimento econ?mico, cerca de 4% mais que cinco anos atrás.
O valor agregado do setor de servi?os representa 60% do Produto Interno Bruto (PIB), mais de cinco pontos percentuais que cinco anos atrás.
TAREFA PRINCIPAL
A principal contradi??o no desenvolvimento econ?mico da China, disse Liu, é a má combina??o estrutural pelo fato de que a oferta n?o evolui no mesmo ritmo da demanda.
Este aspecto da política econ?mica da China deve ser arrumado com urgência, disse.
Liu enfatizou que no momento a prioridade é eliminar a capacidade nos itens necessários, reduzir estoques no setor imobiliário, diminuir o nível da alavancagem, reduzir os custos de forma geral e fortalecer os elos fracos da economia, desde os servi?os públicos até a infraestrutura e as institui??es.
"Com estas medidas, esperamos tornar o lado da oferta mais adaptável e inovador. Já obtivemos alguns avan?os iniciais", afirmou Liu.
Desde 2016, a China reduziu sua produ??o de a?o em 115 milh?es de toneladas, eliminou outras 140 milh?es de toneladas em capacidade de a?o de baixa qualidade e cortou de forma gradual mais de 500 milh?es de toneladas de carv?o em capacidade.
Embora estas medidas de limpeza do mercado causassem uma alta dos pre?os em certos setores, o crescimento da produtividade total dos fatores deixou de diminuir e come?ou a aumentar em 2016, indicou Liu.
"O resultado positivo da nossa reforma estrutural no lado da oferta come?ou a ser sentido pelo mundo. Na realidade, esta é a reforma com que devemos continuar até o final", acrescentou.
BATALHAS CRíTICAS
De acordo com Liu, a China tem que realizar três batalhas críticas nos próximos anos: a preven??o de riscos, a redu??o da pobreza e o controle da polui??o.
"Para a China construir uma sociedade economicamente ajustada em todos aspectos, devemos resolver o ponto mais fraco em nosso desenvolvimento com a vitória nestas batalhas", disse.
Primeiro, embora o sistema financeiro da China esteja basicamente saudável com altas taxas de depósito, a China tem que continuar evitando e resolvendo grandes riscos financeiros, disse Liu.
"Os bancos clandestinos e o endividamento oculto dos governos locais s?o problemas graves que temos enfrentar", especificou.
Desde o quarto trimestre de 2017, a China reduziu levemente o ritmo de crescimento da taxa de alavancagem, que é um bom sinal, assinalou Liu.
Segundo, a China continuará fazendo esfor?os mais inteligentes e mais específicos para tirar mais pessoas da pobreza.
"Planejamos eliminar a pobreza absoluta em três anos", indicou.
Em 2018, a China tirará dez milh?es de pessoas da pobreza, incluindo 2,8 milh?es que ser?o recolocadas das áreas que sofrem condi??es severas.
A terceira batalha é combater a polui??o de forma constante. "O desenvolvimento verde e de baixo carbono é o que o povo chinês quer mais em uma ruptura com o modelo de crescimento tradicional", disse Liu.
A China cumprirá sua promessa de combater as mudan?as climáticas e respeitar o Acordo de Paris, disse.
REFORMA E ABERTURA
Este ano marca o 40o aniversário da política de reforma e abertura da China, a raz?o do robusto crescimento do país nas últimas quatro décadas.
A China tem que impulsionar a reforma e abertura a um ritmo mais veloz, disse Liu.
A China continuará integrando as regras internacionais de comércio e facilitando o acesso ao mercado. Também abrirá de forma significativa o setor de servi?os, e criará um ambiente de investimento mais atrativo, acrescentou.
O vasto mercado interno da China, com uma classe média de 400 milh?es em rápido crescimento, a maior do mundo, contribuirá de forma significativa para o desenvolvimento mundial, indicou Liu.
O funcionário também advertiu que a economia mundial ainda tem de resolver problemas arraigados e pediu pela realiza??o de esfor?os conjuntos a nível mundial.
"Os múltiplos riscos e a considerável incerteza se manifesta em forma de grandes dívidas, borbulhas de ativos, protecionismo e escalada dos conflitos regionais e internacionais", acrescentou Liu.
O discurso de Liu é parte de 400 fóruns, discuss?es e reuni?es do Fórum Econ?mico Mundial 2018 que é realizado de 23 a 26 de janeiro.
Com o tema "Criando um futuro compartilhado em um mundo fragmentado", o fórum deste ano reúne um número recorde de chefes de Estado, chefes de governo e diretores de organiza??es internacionais junto com líderes empresariais, civis e acadêmicos.