LIMA, 16 de abr (Diário do Povo Online) – Os líderes dos países latino-americanos prometeram combater a corrup??o que tem prejudicado muitos dos países em desenvolvimento da regi?o, durante a 8a Cúpula das Américas realizada no sábado, em Lima.

Os chefes de estado e enviados de alto nível dos países membros da Organiza??o dos Estados Americanos (OEA) adotaram o Compromisso de Lima, visando erradicar a corrup??o, que contém mais de 50 medidas concretas para promover a transparência e responsabilidade.

"Concluímos um compromisso em Lima, endossado por todos, que compreende 57 pontos que os chefes de estado de todos os países participantes se comprometem a cumprir", disse o presidente do Peru, Martin Vizcarra, em uma coletiva de imprensa.

As medidas incluem o fortalecimento de um judiciário independente para evitar a impunidade, a prote??o de jornalistas e denunciantes que investigam e descobrem crimes, a garantia de procedimentos abertos e transparentes de aquisi??o do setor público, além de maior responsabilidade do setor privado no combate à corrup??o.

"Um dos maiores desafios que enfrentamos na regi?o é a rela??o entre corrup??o, democracia e crescimento sustentável. Experiências nos mostram que onde a democracia é fraca, a corrup??o aumenta, e onde a desigualdade persiste, a corrup??o cria raízes", reiterou o presidente argentino, Mauricio Macri.

O líder argentino também enfatizou a dificuldade da tarefa, acrescentando que "muitas pessoas querem evitar iniciativas para tornar o governo mais transparente, pois têm medo de que isso afete os seus interesses, e muitas ainda apostam na impunidade".

"Governan?a Democrática Contra a Corrup??o" foi o tema central da cúpula deste ano, realizada no Peru, um país agitado pelos recentes escandalos de corrup??o, onde foram eleitos três presidentes em menos de dois anos.

O ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski renunciou em mar?o antes de um segundo voto de impeachment, consequência das alega??es de que terá lucrado com a concess?o de contratos de obras públicas para o gigante brasileiro de constru??o Odebrecht durante o seu mandato como ministro.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou um diagnóstico igualmente sombrio em 2017, dizendo que a "corrup??o sistêmica" na América Latina n?o estava apenas ligada à alta desigualdade da regi?o, mas também tendia a piorá-la.

Aliviar a corrup??o "pode elevar o rendimento per capita por cerca de 3000 dólares na América Latina em prazo médio ", acrescentou a agência.