Brasília, 21 jun (Xinhua) -- O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil anunciou na quarta-feira a manuten??o da taxa básica de juros (Selic) em 6,5%, o menor nível desde que passou a ser usada como referência em 1996.
A decis?o de manter a taxa básica inalterada pela segunda vez consecutiva foi unanime.
Na reuni?o anterior, em maio, o BC surpreendeu a manter a taxa em 6,5% apesar da maior parte do mercado esperar um novo corte.
A decis?o ocorreu em meio à volatilidade no cenário externo, que tem causado forte desvaloriza??o do real frente ao dólar.
Em comunicado divulgado no início da noite de quarta-feira, o BC informou que a perspectiva de que a meta de infla??o para este ano será cumprida justifica a decis?o.
O comunicado reitera que os juros continuam abaixo da taxa neutra, ou seja, est?o estimulando a economia.
Segundo o BC, vários fatores devem impactar na taxa de infla??o, entre eles a greve dos caminhoneiros no final de maio.
"A paralisa??o no setor de transporte de cargas no mês de maio dificulta a leitura da evolu??o recente da atividade econ?mica."
"Dados referentes ao mês de abril sugerem atividade mais consistente que nos meses anteriores. Entretanto, indicadores referentes a maio e, possivelmente, junho dever?o refletir os efeitos da referida paralisa??o."
O BC destacou que o cenário externo ficou mais "desafiador", entre outros motivos, pelo fato de que nos Estados Unidos, a for?a da atividade econ?mica e o baixo desemprego contribuem para a normaliza??o da política monetária.
Há cerca de uma semana, o Federal Reserve subiu os juros pela segunda vez no ano e a maior parte dos seus membros já prevê n?o mais uma, porém duas novas altas no segundo semestre.
Isso amplia a diferen?a entre as taxas de juros americana e brasileira, o que incentiva a migra??o para os EUA de recursos hoje aplicados em países emergentes como o Brasil.
"A evolu??o dos riscos, em grande parte associados à normaliza??o das taxas de juros em algumas economias avan?adas, produziu ajustes nos mercados financeiros internacionais. Como resultado, houve redu??o do apetite ao risco em rela??o a economias emergentes", afirmou o BC.