Beijing, 25 jul (Xinhua) -- Com a 10a Cúpula do BRICS come?ando nesta quarta-feira na áfrica do Sul, o bloco de economias de mercado emergente está abrindo um novo capítulo em sua coopera??o integral depois de uma década bem-sucedida.
Na reuni?o de três dias em Johannesburgo, os líderes do Brasil, Rússia, índia, China e áfrica do Sul dar?o as m?os para promover ainda mais o desenvolvimento comum em meio a mudan?as no cenário internacional.
Além disso, com base nos avan?os da última Cúpula do BRICS, em Xiamen, China, os países membros buscar?o caminhos para garantir que seu próprio crescimento beneficie outros países em desenvolvimento.
COOPERA??O LUCRATIVA
Nos últimos 10 anos, os países do BRICS mantiveram uma coopera??o substancial em uma série de áreas, construindo uma base sólida para o bloco desempenhar um papel maior no cenário mundial, incluindo nos esfor?os globais para lidar com a mudan?a climática e promover o desenvolvimento sustentável.
O Novo Banco de Desenvolvimento, o suporte financeiro do bloco, mostra bem isso: desde seu lan?amento, em julho de 2015, o banco com sede em Shanghai aprovou 21 projetos no valor de US$ 5,1 bilh?es.
Este ano, o banco abrirá seu escritório regional americano em S?o Paulo, Brasil; seu centro africano em Johannesburgo come?ou as opera??es em 2017. Esta última medida estenderá e facilitará ainda mais os servi?os financeiros do banco, tornando-o protagonista na coopera??o Sul-Sul.
O banco se concentrará particularmente em infraestrutura e desenvolvimento sustentável. Ele financiou quatro projetos de energia renovável em 2016 com seu primeiro lote de empréstimos para reduzir as emiss?es de dióxido de carbono.
Com decis?es comerciais semelhantes, o banco ajudou o BRICS a cumprir com seu compromisso com o acordo climático de Paris e a Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, promover o desenvolvimento comum e construir sua lideran?a na coopera??o Sul-Sul.
Ao longo dos anos, o BRICS fortaleceu os la?os entre pessoas, incluindo exibi??es em museus, festivais de filmes e programas educacionais, a fim de impulsionar o entendimento e a confian?a entre os Estados membros e consolidar a base para parcerias mais estreitas.
A organiza??o também estabeleceu mecanismos para consultas em níveis diferentes e em diversas áreas, buscando ter voz nas principais quest?es regionais e globais de preocupa??o comum.
MELHOR GOVERNAN?A
O BRICS ilustrou como os países do Sul podem realmente trabalhar juntos de modo produtivo, disse Yazini April, pesquisadora do Conselho de Pesquisa em Ciências Humanas da áfrica do Sul.
"O BRICS abriu uma nova fase para as economias emergentes, que é o que necessitamos", disse.
Isso faz eco com os sentimentos de Reginah Mhaule, vice-ministra sul-africana das Rela??es Internacionais e Coopera??o.
"Esses países s?o ligados por um forte desejo de mudar o sistema mundial com o propósito de refletir a diversidade do poder, economia, cultura e sociedade no geral do mundo", disse a funcionária em um simpósio do BRICS em junho.
"é uma for?a para se ter em conta no cenário internacional e contribuiu para uma maior distribui??o do poder político e econ?mico mundial", acrescentou Mhaule.
Além disso, o BRICS tornou-se uma for?a significativa para defender e promover a imparcialidade e a justi?a internacionais.
Como exemplo, os membros ajudaram a aumentar a representa??o dos países em desenvolvimento no Fundo Monetário Internacional e no Banco Mundial nos últimos anos, fazendo do bloco, que representa cerca de 40% da popula??o e 25% da economia mundial, um acelerador na reforma do sistema da governan?a econ?mica global.
Robert Lawrence Kuhn, presidente da Funda??o Kuhn e especialista em quest?es chinesas, comentou: "Posicionado adequadamente, o BRICS pode facilitar a emergência contínua dos maiores países em desenvolvimento na participa??o total em um novo tipo de governan?a mundial, o que a humanidade necessita urgentemente no século XXI."
Na opini?o de Richard Levin, chefe da Escola Nacional do Governo da áfrica do Sul, o BRICS pode promover a governan?a mundial através do alívio da pobreza, uma das prioridades na Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável.
"é um dos mais importantes instrumentos para lidar com a pobreza. O BRICS quer desempenhar um papel na transforma??o da governan?a mundial, n?o pelo motivo de transforma??o, mas a favor das pessoas", disse.
ABORDAGEM DE NOVOS DESAFIOS
Em uma reuni?o em junho em Pretória, áfrica do Sul, os ministros das Rela??es Exteriores do BRICS fizeram uma chamada para defender o multilateralismo e uma ordem internacional baseada em regras.
Em uma declara??o, eles "reafirmaram a centralidade" da ONU, Organiza??o Mundial do Comércio (OMC) e do direito internacional. Também, eles pediram por uma maior representa??o dos mercados emergentes e países em desenvolvimento na ado??o de decis?es mundial, incluindo na governan?a econ?mica mundial, a fim de refletir o panorama mundial atual.
Ao mesmo tempo, os chanceleres prometeram apoio a "uma economia mundial aberta e inclusiva para que todos os países e pessoas compartilhem os benefícios da globaliza??o", com um firme compromisso com o livre comércio e um sistema de comércio multilateral baseado em regras.
Em particular, os membros do BRICS expressaram sua oposi??o à "nova onda de protecionismo e ao impacto sistemático de medidas unilaterais que s?o incompatíveis com as regras da OMC" e destacaram o papel da OMC na "promo??o da seguran?a e previsibilidade no comércio internacional".
LUTA CONTRA O UNILATERALISMO
No come?o da segunda década de coopera??o, como o presidente chinês, Xi Jinping, prop?s, o BRICS, para ganhar for?a, deve trabalhar em conjunto como os cinco dedos de uma m?o formando um punho.
A China, buscando um crescimento comum em meio a novos desafios, pediu que os países do BRICS descubram novos motores de crescimento econ?mico, coordenem as políticas macroecon?micas e expandam os intercambios culturais e entre pessoas dentro do BRICS para intensificar a base para a solidariedade e coordena??o do bloco.
Chen Fengying, uma pesquisadora sênior em economia mundial do Instituto Chinês de Rela??es Internacionais Contemporaneas, disse que o fortalecimento dos la?os entre pessoas e think tanks ajudar?o os países do BRICS a se unir na promo??o das reformas da governan?a global e luta contra o unilateralismo no comércio mundial.
Na coopera??o em seguran?a, além de combater o terrorismo e extremismo, Chen sugeriu que os países do BRICS estendam a coopera??o a setores como internet, energia e finan?as.
Dizendo que o desequilibrado desenvolvimento mundial ainda está prejudicando o crescimento global, Chen enfatizou a necessidade de mais coopera??o econ?mica entre os países em desenvolvimento e economias emergentes em uma série de áreas como financiamento, comércio eletr?nico, prote??o dos direitos de propriedade intelectual e facilita??o do investimento.
"é exatamente onde a plataforma como o BRICS pode desempenhar um melhor papel", disse. "E através de um melhor desenvolvimento próprio, pode tomar a lideran?a na coopera??o Sul-Sul para beneficiar mais países."