Deputado Fausto Pinato, presidente da Frente Parlamentar Brasil-China
Desde 2009, o Brasil tem sido o maior parceiro comercial da China. Isso exigiu de nós uma organiza??o e diálogo principalmente entre os parlamentos brasileiro e chinês. E de 2016 pra cá, temos sido um canal de interlocu??o dos interesses entre o Brasil e a China através da Frente que comp?e mais de 280 parlamentares. A Frente Parlamentar trabalha para incentivar e desenvolver parcerias, a fim de facilitar investimentos em diversos segmentos. Como a assinatura de diversos acordos em áreas como tecnologia, infraestrutura, transporte, agricultura e minera??o.
Todas as demandas levantadas pelos países que comp?em o Brics (Brasil, Rússia, índia, China e áfrica do Sul) s?o discutidas a longo prazo. O que trouxemos na bagagem de Xiamen tem sido a integra??o econ?mica de países em desenvolvimento. Ou seja, o Brics nos serviu para redesenhar um novo modelo econ?mico capaz de garantir inova??o e oportunidade de forma mútua.
Já é a 3a miss?o oficial que participo na China. Em novembro do ano passado, participei da programa??o da China-Latin America and the Caribbean International Exposition, em Zhuhai. Em agosto do mesmo ano, fui à 9a Cúpula do BRICS, bloco formado pelo Brasil, Rússia, índia, China e áfrica do Sul. E a primeira vez ocorreu em mar?o em 2016, durante no lan?amento da Frente Parlamentar Brasil-China, em Dongguan.
O Brics tem como fator determinante a troca de experiências entre as coisas que deram certo. A China já tem uma história sólida de coopera??o e o Brics tem coroado para o resto do mundo essa rela??o.
Eu sempre digo que os brasileiros têm muito a aprender com a China. As estruturas das cidades da China planejadas para o futuro nos convencem bem da energia gasta pelos chineses em tornar as coisas funcionais. E essa energia teve como fonte, nos últimos anos, a vis?o estratégica do presidente Xi.
O presidente Xi Jinping conseguiu resgatar o conceito de na??o da China, com mais respeito ao cidad?o, com políticas eficientes de combate a corrup??o e com o resgate da confian?a do povo chinês.
A ideia de reunir os países emergentes, é, como disse, exatamente essa: o de garantir a troca de experiência.
N?o há dúvidas de que o futuro do Brasil dependerá em grande parte da ásia, e dos Países do BRICS. A experiência dos últimos 10 anos nos mostra que precisamos exportar mais, precisamos dar mais condi??es de aumento do capital internacional. E, acima de tudo, de utilizar essa estratégia para ampliar a gera??o de emprego e renda no nosso país.
Na primeira reuni?o dos Brics que participei, no ano passado, o ponto alto do encontro foi a defesa da maior flexibiliza??o das barreiras econ?micas. Um ponto muito importante. Precisamos flexibilizar as barreiras que impendem a entrada de chineses no Brasil, fortalecer o turismo da China ao Brasil.
Só para ter uma ideia, em 2016, mais de 130 milh?es de chineses viajaram pelo mundo. Desses, apenas 50 mil escolheram o Brasil como destino. Isso se explica, em parte, pelo excesso de burocracia que impede o povo chinês de visitar o Brasil, de investir aqui. Eu sempre digo que a burocracia emperra o desenvolvimento. Por isso, simplificar é garantir confian?a, crescimento e governan?a.
Sou contra toda a forma de protecionismo econ?mico. Sabemos que as na??es que aplicam essa política est?o atrasadas em rela??o aos países em desenvolvimento. O Brasil mantem sua posi??o de discutir e ampliar suas reservas para o capital estrangeiro, desde que os ganhos sejam mútuos.
N?o há como falar de intercambio econ?mico sem considerar o intercambio cultural. Ainda é tímida no Brasil a ideia de fortalecer uma política de intercambio com a china. Sobretudo porque tanto um quanto o outro esbarram na burocracia para efetivar projetos culturais. A Frente Parlamentar trabalha para dialogar com o governo brasileiro no sentido de facilitar o processo de entrada da comunidade chinesa no Brasil.
A cúpula do BRICS, à medida que consegue planejar a longo prazo suas a??es vendo, portanto, que há nesses países a possibilidade de coopera??o econ?mica, é importante considerá-los como um agente auxiliar no processo de globaliza??o dos mercados dos Brics.