Em mais uma visita à China, Danilo Santos, brasileiro de 84 anos, advogado e presidente da Associa??o de Amizade Brasil-China, concedeu uma entrevista ao Diário do Povo Online.
Pisando pela primeira vez o solo chinês em 1965, até hoje, Santos visitou a China mais de 100 vezes, “tendo já perdido a conta”, viajando por todo o país exceto à Mongólia Interior, único local que ainda n?o teve a oportunidade de visitar.
“Gosto muito de Guangzhou e Shanghai, mas o meu cora??o está em Beijing. Porque eu fiz parte da gemina??o de Beijing com o Rio de Janeiro”, acrescentou, aludindo ao estabelecimento da rela??o entre as duas cidades a 8 de outubro de 1985.
Santos n?o conseguiu deixar de notar as diferen?as da China desde a sua última estadia no país. “Sempre que venho à China, uma coisa que eu sinto, é que se transforma muito. De 3 em 3 meses a mudan?a é enorme. é uma coisa extraordinária. O progresso da China é incomum”, afirmou.
Santos teve a oportunidade de assistir à transforma??o social do país: “Eu vi o verdadeiro desenvolvimento da China que muitos n?o viram. Muitas das pessoas que o vivenciaram já morreram, e os jovens jamais ir?o pensar como era a China. A vida era muito dura”, explicou.
O ano de 2018 marca o 40o aniversário da reforma e abertura do país asiático, que Santos testemunhou através das suas viagens de intercambio. “A China era um país mesmo muito fechado, e aos poucos foi-se abrindo. As mudan?as s?o impressionantes”.
Referindo-se também a Xi Jinping, o atual presidente, e à iniciativa por ele idealizada, o Cintur?o e Rota, Santos analisa que “é um homem lógico, objetivo, prático e principalmente didático”.
Contudo, considera ser difícil para o Brasil integrar tal iniciativa, dado que a situa??o atual do país requer que o governo “se foque mais nas necessidades domésticas do que com as parcerias internacionais”.
E é nesse sentido que a Associa??o de Amizade Brasil-China, “a mais antiga na história de amizade dos dois países”, trabalha, explicou Santos. “Aumentar o intercambio é o nosso maior interesse”.
Esta visita tinha como objetivo o intercambio cultural centrado na temática do samba. “Para nós foi uma grande vitória trazer esse grupo de sambistas do Rio de Janeiro. No ano que vem devem vir mais. Fiquei surpreendido por saber que os chineses adoraram o samba e que querem aprender”.
Em jeito de conclus?o, Santos afirmou que tudo o que testemunhou na China nos últimos 50 anos é impressionante, mas que muito estará por vir, fruto da concerta??o de esfor?os entre a lideran?a do país e do seu povo.
“A mudan?a foi total desde que vim à China pela primeira vez. Mas a mentalidade é a mesma —confian?a no futuro”, concluiu.