As exporta??es brasileiras somaram US$ 223,44 bilh?es no acumulado de 12 meses, com a China na lideran?a das importa??es e a soja batendo recorde de 12 milh?es de toneladas nos embarques.
Em todos os mercados analisados pelo Centro de Pesquisa em Economia Regional (Ceper)/Funda??o para Pesquisa e Desenvolvimento da Administra??o, Contabilidade e Economia (Fundace) no Boletim Comércio Exterior de junho, houve aumento das exporta??es principalmente para o Chile e a Argentina, que registraram crescimento de 20,7% e 20,1%, respectivamente.
Embora o bom desempenho no acumulado, o resultado mensal foi de queda. As vendas externas totalizaram US$ 19,24 bilh?es em maio de 2018, decréscimo de 2,45% em rela??o ao mês anterior e de 2,77% em rela??o a maio de 2017. O recuo foi reflexo da greve dos caminhoneiros. Nos dias da paralisa??o, a média diária das exporta??es reduziu 36%. Os dados s?o baseados nos indicadores da Comex.
“Mesmo com o cenário favorável, as inquieta??es nos cenários interno e externo, vindos de incertezas políticas e econ?micas, ainda podem provocar oscila??es de mercado e quebra de perspectivas”, avalia Luciano Nakabashi, pesquisador do Ceper e coordenador do Boletim Comércio Exterior, elaborado em conjunto com os pesquisadores Francielly Almeida e Armando Henrique.
Neste ano, o saldo comercial do país deve superar a barreira dos US$ 60 bilh?es, sendo que, até setembro, o resultado entre as exporta??es e importa??es apenas com os chineses soma US$ 18,2 bilh?es – ao menos 30% desse total.
Produto mais vendido pelo Brasil, a soja triturada tem na China seu principal comprador: 78% da soja brasileira triturada é exportada à China, US$ 18 bilh?es dos cerca de US$ 23 bilh?es exportados no total em 2017.
é mais um exemplo da importancia da China na balan?a comercial brasileira. A China figura tanto entre os principais compradores do Brasil, como também nos principais importadores. Entre os produtos mais comprados est?o a soja, o minério de ferro, petróleo em bruto e a celulose.
Por outro lado, o Brasil é dependente de produtos essencialmente ligados à tecnologia, como circuitos impressos e pe?as de telefonia, partes de aparelhos receptores e transmissores, além de outros produtos manufaturados.
A importancia comercial da China também supera o fluxo de comércio com importantes blocos comerciais, como é o caso da Uni?o Europeia.
De janeiro a setembro do ano passado, o saldo comercial com a Europa foi de US$ 2,04 bilh?es devido, principalmente, às embarca??es de farelo de soja, minério de ferro, soja triturada e café cru.
Em maio deste ano, a China liderou o ranking de países que mais comprou produtos do Brasil. Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Servi?os (MDIC), o país adquiriu US$ 4,6 bilh?es. Com esse desempenho, eles ampliaram a participa??o na pauta de exporta??es brasileira de 25,6% em maio do ano passado para 26,3% e seguem como os principais parceiros comerciais.
Depois da China, a lista segue com Uni?o Europeia (US$ 3 bilh?es), EUA (US$ 1,9 bilh?es) e Argentina (US$ 1,2 bilh?es). As demais economias est?o abaixo de US$ 1 bilh?o. No total, o Brasil exportou US$ 17,5 bilh?es no mês passado.
Daniel Godinho, secretário de comércio exterior do MDIC, explicou que, no caso dos chineses, o crescimento se deu principalmente por carne e minério de ferro. Ele também destacou o desempenho de México e Argentina, ambos influenciados por vendas de automóveis.
“Obviamente isso se reflete nas exporta??es. No ano, as exporta??es para a Argentina crescem 1,3% e, para o México, 9%”, observou. “Para os EUA, houve queda de 3,5% nas vendas, mas esse resultado foi puxado por petróleo, cujos pre?os est?o em queda”.
Ele ponderou que no mercado norte-americano, em contraponto, houve aumento de 8,5% nos manufaturados como resultado, sobretudo, da venda de avi?es.
Por J.C.Cardoso, Monitor Mercantil