Por Jo?o Pimenta, correspondente da Agência Lusa na China
No segundo fórum dedicado à iniciativa Faixa e Rota, as autoridades chinesas sugeriram uma maior abertura da iniciativa, reafirmando o seu compromisso com o direito e regras internacionais e maior transparência nos projetos lan?ados naquele ambito.
Esta decis?o deverá provar-se o passo certo para refor?ar a credibilidade de um plano que tem vindo a suscitar o debate nos meios académicos, diplomáticos e imprensa internacionais, passando a contar com o apoio de países, até à data, hesitantes.
No discurso inaugural, o Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu maior abertura do mercado doméstico, mais transparência no crédito concedido para projetos no exterior, e garantiu ainda que a China vai reduzir entraves às importa??es.
O líder chinês vincou a necessidade em refor?ar a "transparência" e o "aspeto verde" daquele gigantesco projeto internacional de infraestruturas, prometendo mesmo a cria??o de "mecanismos de monitoriza??o".
"Devemos insistir nos conceitos de abertura, desenvolvimento verde e integridade moral" da iniciativa, disse Xi, que garantiu o "combate à corrup??o com tolerancia zero" e instou “todas as empresas participantes a cumprirem com os padr?es internacionais".
Mais de metade dos 28 países membros da Uni?o Europeia apoiaram já formalmente a iniciativa.
Em dezembro passado, durante a visita de Estado de Xi, Portugal assinou um memorando de entendimento no ambito da Faixa e Rota, tornando-se um dos poucos países da Europa ocidental a apoiar formalmente o projeto.
As autoridades portuguesas querem incluir uma rota atlantica no projeto chinês, o que permitiria ao porto de Sines ligar as rotas do Extremo Oriente ao oceano Atlantico, beneficiando do alargamento do canal do Panamá.
Com isto, esperam maior liga??o ao mercado chinês, reduzindo um deficit comercial com a China que, no ano passado, se fixou nos1.692 milh?es de euros.
A defini??o de novos padr?es que garantam a sustentabilidade e transparência da iniciativa, abrindo-a à participa??o de institui??es estrangeiras, dever?o agora garantir a ades?o de países até à data cautelosos.
Na sua interven??o no segundo dia do Fórum, Xi Jinping pediu aos participantes para refletirem e alcan?arem um consenso que garanta a "qualidade, resistência e sustentabilidade" dos projetos.
"Sob o atual contexto global, marcado por uma situa??o económica complexa, crescente instabilidade e incerteza e falta de dinamismo, o fortalecimento da coopera??o internacional para maior interconectividade torna-se mais significativo", disse.
"A interconectividade é o objetivo principal da constru??o conjunta da ‘Faixa e Rota'", defendeu o líder chinês.
A vis?o geoeconómica da China inclui uma malha ferroviária e autoestradas a ligar a regi?o oeste do país à Europa e Oceano índico, cruzando Rússia e ásia Central, e uma rede de portos em áfrica e no Mediterraneo, que refor?ar?o as liga??es marítimas.
A iniciativa tem a vantagem de integrar na economia mundial regi?es até agora pouco integradas, através da constru??o de aeroportos, centrais elétricas, pontes ou autoestradas, podendo contribuir para o desenvolvimento sustentável e redu??o das desigualdades.