BEIJING, 9 de mai (Diário do Povo Online) - A China demonstrou sua profunda desilus?o no final de quarta-feira sobre o plano de Washington de aumentar as tarifas sobre as importa??es chinesas, garantindo que ser?o tomadas as medidas retaliatórias necessárias, caso as tarifas americanas entrem em vigor.
O aumento de tarifas planejado em 200$ bilh?es de importa??es chinesas de 10% para 25%, foi acionado pelo Gabinete do Representante Comercial dos EUA, tendo constado na quarta-feira no Registro Federal, segundo a Associated Press.
Em resposta, um porta-voz do Ministério do Comércio disse em um comunicado no website do ministério que a escalada de fric??es comerciais n?o serve os interesses dos dois países ou do mundo.
Várias institui??es comerciais estadunidenses urgiram a administra??o de Donald Trump a evitar a escalada de tens?es, através do aumento repentino de tarifas na sexta-feira, enquanto que os especialistas afirmam que é sensível para a China continuar as negocia??es nestas circunstancias.
“é um dilema para os produtores de soja”, afirmou Davie Stephens, presidente da Associa??o Americana da Soja, na ter?a-feira.
O presidente Donald Trump amea?ou num tweet no domingo que iria aumentar as tarifas.
Stephens, um produtor de Clinton, no estado de Kentucky, disse que os agricultores americanos enfrentam uma situa??o dura, e que, com a altera??o de pre?os e a prevista acumula??o de estoques por vender antes da colheita de 2019, em setembro, o mercado chinês é profundamente necessário.
“Precisamos de uma resolu??o positiva nesta disputa tarifária, e n?o de escalar as tens?es”, afirmou, em um comunicado publicado pelo website da ASA.
Nicole Kaeding, vice-presidente de projetos federais e especiais na Tax Foundation, em Washington, disse que, se a administra??o Trump avan?ar com as suas amea?as, os contribuintes americanos, n?o os chineses, ser?o quem irá sofrer as consequências – devido aos pre?os mais elevados e menos oportunidades de trabalho.
O Conselho para a Indústria de Tecnologia da Informa??o advertiu também contra o aumento de tarifas. “O aumento de tarifas apenas irá continuar a p?r em causa os consumidores americanos e os negócios de todo o tipo em todos os setores. Trata-se de uma amea?a para o crescimento econ?mico americano, para a sua lideran?a e para a sua inova??o”, disse Naomi Wilson, a diretora do conselho para a ásia.
Os produtores de químicos dos EUA apelaram também para solu??es mais razoáveis para o comércio.
Cal Dooley, presidente e CEO do Conselho Químico Americano, disse na segunda-feira acreditar que os riscos do uso contínuo de tarifas como táticas negociais com a China s?o simplesmente demasiado elevados, sendo que os potenciais benefícios continuam por esclarecer.
Diversas organiza??es, incluindo a Tarrifs Hurt the Heartland – uma campanha nacional composta por mais de 150 das maiores organiza??es comerciais de varejo, tecnologia, manufatura e agricultura dos EUA – real?aram nos últimos dias o impacto negativo do aumento de tarifas na economia e no mercado laboral americano.
Eles citaram um relatório em fevereiro da Trade Partnership Worldwide, dizendo que o aumento de tarifas em $200 bilh?es de bens para 25%, juntamente com as tarifas já em prática – bem como a esperada retalia??o chinesa – iria reduzir a empregabilidade americana em mais de 934,000 empregos e provocar uma queda no PIB de 0,37%.
De acordo com dados da Administra??o Geral Alfandegária, o comércio bilateral entre a China e os EUA caiu em 11,2% em termos anuais para 1,1 trilh?es de yuans ($162,5 bilh?es) no período entre janeiro e abril.
O fato de Beijing estar ainda enviando um delega??o aos EUA para o diálogo comercial é “muito inteligente por parte da China”, disse Gary Hufbauer, um especialista em comércio do Peterson Institute for International Economics, sediado em Washington.
Douglas H. Paal, vice-presidente do Asia Program do Carnegie Endowment for International Peace, disse que “faz sentido continuar as conversa??es pois a alternativa seria um sinal drástico para os mercados”.
O vice-primeiro-ministro Liu He irá estar nos EUA na quinta-feira e sexta-feira para participar na 11a ronda de consultas bilaterais para o comércio bilateral.