Os analistas enfatizam a necessidade de garantir a coopera??o durante as negocia??es comerciais entre Beijing e Washington.
A insistência da China em proteger os seus interesses fundamentais durante as negocia??es comerciais com os EUA é uma escolha “racional”, com base nas práticas internacionais, de acordo com os especialistas.
O vice-primeiro-ministro Liu He disse em Washington, na sexta-feira, que a China pretende um acordo justo e digno. Embora algumas disparidades-chave persistam, o acordo deverá ser formulado com base nos interesses centrais do país, tais como a elimina??o de todas as tarifas adicionais, estabelecimento de expectativas realistas e assegurar que o corpo de texto do acordo seja “equilibrado”.
Dong Yan, diretor do gabinete de comércio internacional do Instituto de Economia e Política Mundial, vinculado à Academia de Ciências Sociais da China, disse que a oposi??o chinesa às novas tarifas comerciais e a sua busca por um “pacto comercial equilibrado” têm uma base racional.
Aquilo em que a China tem vindo a insistir incide “nas escolhas racionais que qualquer país adota quando enfrenta pedidos irrazoáveis em matéria de regras comerciais”, disse Dong durante um seminário em Beijing, citando casos semelhantes na história.
Os negociadores realizaram a 11a ronda de conversa??es em Washington na quinta-feira e sexta-feira.
Antes de voltar a Beijing, Liu disse que é necessário discutir algumas quest?es centrais.
“Acreditamos que estas coisas s?o essencialmente uma quest?o de princípio. Como cada país tem princípios importantes, n?o podemos, de modo algum, fazer concess?es em tais quest?es”, disse Liu. No entanto, o vice-primeiro-ministro acrescentou que espera que ambas as partes demonstrassem flexibilidade nas negocia??es.
A China e os EUA est?o imersos numa senda de imposi??o de tarifas desde julho. Na sexta-feira, Washington tornou a aplicar tarifas sobre as importa??es chinesas.
Wei Jianguo, vice-presidente do Centro da China para as Trocas Econ?micas Internacionais, disse, “mudan?as inesperadas nas consultas comerciais n?o s?o incomuns e n?o devem ser exacerbadas”.
Ele disse que as negocia??es n?o haviam caído por terra, dado que ambas as partes concordaram em continuar as suas negocia??es com Beijing. Apesar dos recentes desenvolvimentos, a coopera??o é a melhor escolha para os dois países, acrescentou.
Dong acredita que a China e os EUA têm um grande potencial para coopera??o, afirmando que a tarefa importante para ambas as partes é avan?ar com o diálogo com base na confian?a mútua.
Enquanto permanecem cautelosamente otimista sobre os la?os comerciais sino-estadunidenses de médio e longo prazo, os analistas apelaram para a cria??o de medidas em resposta a todas as situa??es.
O representante do comércio dos EUA, Robert Lighthizer, anunciou na noite de sexta-feira que estava preparando a imposi??o de tarifas adicionais sobre um valor de $300 bilh?es de importa??es chinesas.
Oficiais do governo chinês reiteraram por várias ocasi?es que o país se op?e firmemente a uma guerra comercial, mas que está preparado para essa eventualidade. Em resposta à recente aplica??o de tarifas, o Ministério do Comércio prometeu tomar as contramedidas necessárias.